O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, afirmou ontem que a visita do presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, abrirá a oportunidade para um diálogo franco entre o Brasil e o Irã, sem ressalvas para os pontos de vista divergentes sobre as questões racial e o conflito no Oriente Médio. Durante a vista, no próximo dia 6, o governo brasileiro deverá apresentar um projeto de financiamento para alavancar o comércio bilateral. Mas também vai reiterar sua contrariedade com as posições apresentadas por Ahmadinejad há uma semana, em Genebra, na Conferência de Revisão de Durban sobre Discriminação Racial. Na ocasião, o líder iraniano afirmara que Israel era regida por um “regime racista”. O Itamaraty repudiou essa visão em nota oficial.

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Ontem, em uma conversa com jornalistas, o embaixador do Irã em Brasília, Mohsen Shaterzadeh, confirmou que seu país vê o Brasil como um ator imparcial e influente nas negociações internacionais e teria apoio iraniano. “Como já disse o presidente Lula, o Brasil não está do lado de ninguém. Essa imparcialidade pode ajudar. Como um país influente, pode interferir nesse processo”, disse o embaixador.

Ahmadinejad passará apenas um dia no Brasil, a próxima quarta-feira, seguindo depois para Equador e Venezuela. Um grupo de 110 empresários e membros do ministério iraniano terá um encontro com empresários brasileiros na terça-feira, em São Paulo. Ahmadinejad deverá enfrentar protestos tanto em Brasília quanto em São Paulo. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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