Belo Horizonte
– O corpo do escultor Amilcar de Castro foi enterrado na tarde de ontem, no Cemitério do Bonfim, região central da capital mineira. Castro, de 82 anos, morreu na madrugada de ontem, vítima “de complicações clínicas secundárias a uma insuficiência coronária”, conforme o boletim médico divulgado pela equipe do CTI do Hospital Felício Rocho, onde estava internado desde o dia 6 de novembro. O corpo foi velado durante toda a manhã e início da tarde no Salão Nobre da Assembléia Legislativa de Minas Gerais.Considerado pelos críticos e historiadores da arte um dos escultores construtivos mais representantivos da arte contemporânea brasileira, Amilcar de Castro nasceu em Paraisópolis, Minas Gerais, em 8 de junho de 1920. Filho de um juiz, formou-se advogado pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), em Belo Horizonte, em 1945. Mais tarde freqüentou a Escola Guignard, onde estudou desenho com Alberto da Veiga Guignard e escultura figurativa com Franz Weissmann. Em 1953 se mudou para o Rio, iniciando uma carreira de diagramador nas revistas “Manchete” e “A Cigarra”.
Participou do Movimento Neoconcreto no Rio de Janeiro (entre 1959 e 1961), e elaborou a reforma gráfica do “Jornal do Brasil”, no fim dos anos 50. Durante os anos 60 fez a diagramação dos jornais “Correio da Manhã”, “Última Hora”, “Estado de Minas”, “Jornal da Tarde” e “A Província do Pará”. Depois de receber bolsa da Fundação Guggenheim e Prêmio Viagem ao Exterior no XV Salão Nacional de Arte Moderna, em 1967, foi para os Estados Unidos, indo morar em Nova Jersey. Só retornou ao Brasil em 1971. Amilcar era casado com dona Dorcília e tinha três filhos, Rodrigo, Ana Maria e Pedro, e seis netos.