A Polícia de São Paulo pretende indiciar o rapaz que dirigiu o carro usado por Carlos Eduardo Sundfeld Nunes, acusado de matar o cartunista Glauco Vilas Boas, de 53 anos, e seu filho Raoni, de 25 anos. O estudante de Publicidade Felipe de Oliveira Iasi, de 23 anos, deve ser acusado de favorecimento pessoal ou de coautoria do crime, ocorrido na madrugada de sexta-feira, em Osasco, na Grande São Paulo.
A definição das acusações contra Iasi deve ocorrer depois do interrogatório de Nunes. O que a polícia quer saber do acusado do crime é se seu amigo sabia de sua intenção de sequestrar a família do cartunista. Nunes queria que suas vítimas o acompanhassem até a casa de sua mãe a fim de confirmar que ele era Jesus Cristo. Acabou atirando quatro vezes em Glauco e outras quatro em Raoni.
Anteontem, em depoimento à Polícia Civil de São Paulo, Iasi havia dito que foi obrigado a levar Nunes até a casa de Glauco. Segundo ele, Nunes marcou um encontro para que os dois fossem “fumar maconha”. Iasi contou que apanhou o amigo e, quando passava pela Praça Pan-Americana, em Alto de Pinheiros, zona oeste de São Paulo, foi dominado com uma pistola.
Iasi afirmou ainda que se aproveitou da discussão entre Nunes e o cartunista para abandonar o lugar. Por falta de provas que o desmentissem, Iasi foi liberado pela polícia após o depoimento.
A situação começou a mudar ontem. Logo no começo da tarde, a polícia ouviu a viúva do cartunista, Beatriz Galvão. Ela contou que Iasi e Nunes chegaram juntos a sua casa. Afirmou que o estudante de Publicidade presenciou as agressões praticadas por Nunes. Segundo ela, Iasi ficou impassível. Beatriz afirmou que não viu se Nunes deixou a casa em companhia de Iasi. Mas acreditava que sim.
Em seguida, foram ouvidas pela Delegacia Seccional de Osasco a namorada de Raoni, Gecila, e Juliana, enteada do cartunista. As duas também não souberam dizer se o estudante de Publicidade deu ou não cobertura na fuga do assassino. Mas confirmaram o depoimento da viúva.