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Brasília – O Palácio do Planalto está em alerta com a possibilidade de sucessivas greves de funcionários públicos federais e até mesmo de uma greve geral. O tema já é tratado como prioridade no núcleo do governo, que detectou uma forte mobilização dos servidores. Com previsão de reajuste salarial no Orçamento de apenas 0,5%, e sem garantia de ser linear, os sindicatos pressionam para que haja aumento para os mais de 1,3 milhão de servidores civis.

O governo tem argumentado que só concederá reajustes se houver folga na arrecadação, o que só aumentou a insatisfação dos sindicatos. Os sindicatos de servidores federais marcaram uma plenária para Porto Alegre, no dia 26, durante o Fórum Social Mundial. A iniciativa pode provocar constrangimentos ao governo, pois é prevista a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva no fórum.

O consenso entre os servidores para começar as negociações gira em torno de um índice de cerca de 50% para compensar perdas salariais dos últimos anos. O Ministério do Planejamento alega que, em 2004, o governo concedeu aumento para diversas categorias e que este ano esses reajustes não devem ser repetidos. Os acordos feitos no ano passado devem impactar o Orçamento de 2005 em R$ 9 bilhões. Considerados apenas os servidores civis, esse impacto será de R$ 7,2 bilhões.

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"Esse nível de evolução na folha salarial não pode continuar porque não há recursos. Não existe espaço fiscal para fazer um reajuste forte em 2005", disse o secretário de Recursos Humanos do Planejamento, Sérgio Mendonça. O Planalto avalia que está perdendo a batalha da comunicação com os sindicalistas, já que não ficou claro para a sociedade os ganhos dos servidores em 2004. Lula ordenou que o Planejamento e a Secretaria de Comunicação usem argumentos mais convincentes para frear o ímpeto dos sindicalistas. O temor no governo é que os servidores façam uma grande mobilização, como a dos bancários em 2004.

"Há um forte descontentamento porque o governo Lula sequer repôs as perdas dos últimos anos. O problema é que a CUT assimilou o discurso do governo de que não há recursos. Isso desmantelou o movimento nos anos anteriores", diz o sindicalista José Maria Almeida. O presidente da CUT, Luiz Marinho, atribui as críticas a questões políticas, principalmente de sindicalistas ligados ao PSTU.

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