O Observatório do Clima, grupo que reúne 40 organizações da sociedade civil, como Fundação SOS Mata Atlântica, Ipam, Imazon e Greenpeace, divulgou uma nota logo após a confirmação de Jair Bolsonaro como presidente eleito, que será resistência onde houver ameaça.

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“Presidentes recém-eleitos em geral são saudados com uma saudável cobrança para que cumpram o que prometeram em campanha. Mas não no Brasil de 2018: após esta eleição incomum, o Observatório do Clima trabalhará para que o novo presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, faça o oposto do que prometeu”, escreve a coalizão.

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“O retrocesso civilizatório anunciado e reafirmado por Bolsonaro e vários de seus auxiliares não pode se tornar política de Estado. O presidente eleito deve ser guardião incansável das instituições democráticas e dos direitos humanos. Deve governar para todos os brasileiros. Não vamos, em nenhuma hipótese, normalizar a erosão dos valores da nossa democracia, da nossa cidadania e dos direitos da nossa geração e das futuras. Onde houver ameaça, nós seremos a resistência”, continua o grupo.

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Eles destacam especificamente a área ambiental, que foi alvo de propostas consideradas danosas pelo setor, por ambientalistas e até mesmo por parte de ruralistas, como a de fusão do Ministério do Meio Ambiente ao da Agricultura, o enfraquecimento do Ibama e a não demarcação de terras indígenas ou novas unidades de conservação.

“O Brasil percorreu um longo caminho até a consolidação de um conjunto de instituições e políticas públicas que guardam um patrimônio natural único, base sobre a qual se assenta não apenas a qualidade de vida, mas o próprio desenvolvimento econômico do País. Não nos calaremos diante do desmonte dessas instituições e políticas”, declara a organização.

O grupo também disse que perseguirá de “forma incansável o cumprimento das metas do Brasil contra as mudanças climáticas”. E continua: “Dar as costas ao acordo do clima e a medidas de adaptação a extremos climáticos seria desastroso para o país: do ponto de vista geopolítico, comercial, de desenvolvimento e, sobretudo, da segurança dos cidadãos brasileiros, que o presidente eleito jurou priorizar.”

A nota do Observatório do Clima termina com uma promessa de resistência “a qualquer investida contra os povos e comunidades tradicionais, protegidos pela Constituição, bem como a qualquer violência contra ativistas ambientais”. Os ambientalistas lembram que o Brasil é o país que mais mata defensores do meio ambiente no mundo. Foram 57 apenas no ano passado. “O clima instaurado na campanha eleitoral, com atentados a agentes do Ibama e ao ICMBio, apenas aumentou o perigo. É tarefa do presidente eleito desarmar essa bomba.”