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Brasília (AE) – Um dia após a promulgação da reforma do Judiciário, a Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB), entidade que representa 15 mil juízes, contestou ontem no Supremo Tribunal Federal (STF) o artigo da emenda constitucional que prevê a criação do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), órgão que será composto por juízes, advogados, integrantes do Ministério Público (MP) e cidadãos indicados pela Câmara e pelo Senado e terá de exercer o controle externo do Judiciário. Há chances de o STF atender ao pedido da AMB, uma vez que, em fevereiro, o tribunal fixou posição institucional contrária ao controle externo.

O assunto divide a magistratura. No mesmo dia em que a AMB protocolou a ação, a Associação dos Juízes Federais do Brasil (Ajufe) divulgou ontem uma nota na qual o presidente da entidade, Jorge Maurique, afirma que "os juízes federais do Brasil não têm medo do controle externo do Judiciário".

"A Ajufe sempre defendeu o controle externo para que haja autogoverno do Judiciário. No entanto, parece que existem aqueles que não querem governo nenhum", disse Maurique.

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Ação

Na ação direta de inconstitucionalidade (Adin) protocolada no STF, a AMB afirma que a criação de um órgão formado por pessoas estranhas ao Judiciário viola os princípios da separação e da independência dos Poderes. O presidente da entidade, Cláudio Baldino Maciel, alertou que a participação no conselho de membros do MP, advogados e cidadãos indicados pelo Legislativo pode provocar uma politização do Judiciário.

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A AMB também argumenta que o CNJ viola o pacto federativo, já que submete o Judiciário dos estados à supervisão administrativa e disciplinar de um órgão federal, que é o conselho.