O governo do Amazonas planeja transferir até o fim da semana para unidades do sistema prisional federal cerca de 20 presos envolvidos na nova onda de ataques em cadeias, que resultaram em 55 mortes no domingo e na segunda-feira. Assim, o total de transferidos poderá chegar a 29, já que nove já foram levados no início desta semana.

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Em entrevista à imprensa nesta quarta-feira, 29, o secretário da Administração Penitenciária, Marcus Vinícius Almeida, voltou a falar que o caso não pode ser classificado como rebelião já que se caracterizou por ataques desarmados entre colegas de cela. “Para evitar as mortes, teria de haver de dois a três agentes em cada cela de cada prisão da cidade, o que é inviável”, explicou.

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Na visão dele, a atuação das forças de segurança foi responsável por “salvar 225 vidas”. Isso porque os agentes e policiais teriam se antecipado à segunda onda de mortes, na segunda-feira, tirando presidiários vulneráveis de celas em que poderiam ser mortos. “Eles atacariam de novo da segunda para a terça, mas quando viram que estávamos agindo anteciparam as mortes. Eu mesmo salvei preso que estava sendo enforcado com mata-leão”, disse Almeida.

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No domingo, quinze detentos foram mortos no Complexo Penitenciario Anisio Jobim (Compaj). Na segunda, outros 40 foram assassinados em outras quatro unidades de Manaus no que seria uma reação ao ataque do dia anterior. Para reforçar a segurança nas unidades, o Estado deve receber até o fim da semana cerca de 100 agentes da Força-tarefa de Intervenção Penitenciária que atuarão no interior das cadeias.

Na entrevista, o secretário foi questionado sobre a existência de um relatório do departamento de inteligência da Secretaria da Administração Penitenciária elaborado no dia 22 de maio em que havia a menção à possibilidade de mortes no interior das cadeias. “Não tinha como saber o horário imediato. As tropas estavam acionadas e agiram de forma muito rápida”, reforçou Almeida.

O secretário voltou a falar que o Estado não reconhece a atuação de facções no interior do sistema, apesar de a direção das unidades separarem os internos de acordo com a afinidades com esses grupos, visando a manter a segurança deles. Almeida informou também que o Estado não renovará o contrato com a empresa terceirizada Umanizzare, que fornece funcionários para serviços de gestão e atividades socioeducativas nas cadeias. O contrato termina no próximo sábado.