O senador Alvaro Dias (PSDB-PR) tentou desqualificar o depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) Mista dos Cartões Corporativos prestado pelo ex-secretário de Controle Interno da Casa Civil José Aparecido Nunes Pires. Alvaro Dias confrontou Aparecido sobre a época em que teve desentendimento com André Fernandes, assessor legislativo lotado em seu gabinete.

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Aparecido disse que o desentendimento teria ocorrido em 2003, em função de um requerimento do senador à Casa Civil sobre funcionários requisitados do Tribunal de Contas da União (TCU). Dias, porém, informou que só em 2005 apresentou tal requerimento que, segundo ele, tratava-se de toda a administração pública e não apenas do TCU

O senador disse ainda que não está explícito no e-mail encaminhado por André Fernandes a José Aparecido o pedido de emprego. Aparecido declarou que, no início da primeira gestão do PT, André enviou-lhe um currículo pedindo a função de secretário-executivo-adjunto do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão. O e-mail com o currículo de Fernandes foi distribuído aos parlamentares da CPI Mista dos Cartões Corporativos.

Alvaro Dias perguntou a Aparecido se ele seria o responsável pelo vazamento de informações na CPI do Orçamento que levou à cassação do mandato do deputado Ibsen Pinheiro. Aparecido respondeu que foi coordenador de um subgrupo na CPI do Orçamento do qual o também o ex-assessor da Casa Civil, Waldomiro Diniz, não participava.

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"Quem conhece bem Waldomiro Diniz é o André, que foi companheiro dele no governo Cristovam", rebateu. O líder do DEM, Agripino Maia (RN) disse que não sentiu "firmeza e nem sinceridade" em nenhum dos depoimentos, e que prefere aguardar a conclusão do inquérito pela Polícia Federal

O deputado Silvio Costa (PMN-PE) saiu em defesa do governo e afirmou que a ministra Dilma Rousseff não será convocada pela CPI. Silvio Costa disse que o trabalho da CPI já está "virando um teatro". O líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio (AM), disse que o governo está querendo entregar a cabeça de Norberto Temóteo, secretário de Administração da Casa Civil.

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Para ele, ficou clara a determinação de Aparecido de fazer com que o nome de Temóteo aparecesse. "Não sei se interessa para a gente pegar peixe pequeno. Talvez interesse se Norberto viesse à CPI e dissesse que fez o dossiê por ordem da Erenice Guerra (secretária-executiva da Casa Civil), que cumpriu ordens da ministra Dilma", disse Virgílio.