Brasília – O candidato do PDT ao governo do Paraná, senador Álvaro Dias, é o mais cotado para disputar a Vice-Presidência na chapa encabeçada pelo candidato do PPS, Ciro Gomes. O presidente do PDT, Leonel Brizola, e Ciro se encontraram ontem com Dias, quando o presidenciável teria formalizado o convite. Antes de o senador se manifestar, o PTB se empenhava em convencer Paulo Pereira da Silva, o Paulinho, a renunciar ao posto de vice. “O Paulinho não é homem de criar embaraços e, se preciso, sairá”, afirmou o líder do PTB, Roberto Jefferson (RJ).
Nem Ciro nem o PTB podem obrigar Paulinho a deixar a chapa presidencial: é competência única e exclusiva do sindicalista se afastar. “Ninguém pode retirar a sua candidatura: ou ele renuncia ou morre”, explicou um aliado. Brizola também era outro empecilho para confirmação de Dias como vice de Ciro. O motivo é a fusão do PDT e PTB, programada para depois das eleições. O Paraná seria um dos pólos de poder do novo partido, uma vez que a eleição do senador para comandar o Estado está praticamente garantida: há mais de cem dias, ele se mantém na dianteira, com 40% das intenções de voto. O nome de Dias para compor a chapa da Frente Trabalhista ganhou força depois que o deputado Walfrido Mares Guia (PTB-MG) afastou qualquer hipótese de vir a ocupar o cargo.
A saída de Dias da disputa pelo governo do Paraná também serviria para resolver um impasse da Frente no Estado. Ele concorre ao governo numa aliança PDT-PTB. Um dos seus adversários é o deputado Rubens Bueno, do PPS, outro partido da Frente. “Com essa fórmula, teríamos uma pacificação de todos os partido da Frente no Paraná?, observou um aliado de Ciro. Não está descartada, também, a hipótese de Osmar Dias, irmão do atual candidato ao governo do Paraná e candidato do PDT ao Senado, assumir a disputa no lugar de Álvaro Dias.
Além de Ciro e Brizola, as negociações para substituir Paulinho e convidar Álvaro Dias para o vice tiveram a participação de presidente do PTB, deputado José Carlos Martinez (PR). Na semana passada, ele deixou o cargo de coordenador-geral da campanha de Ciro, depois das denúncias de seu envolvimento com Paulo César Farias, o PC Farias, ex-tesoureiro do ex-presidente Fernando Collor.