Os dois estudantes da Universidade de São Paulo (USP) de São Carlos que protestaram tirando a roupa para afrontarem feministas durante o evento denominado “Miss Bixete”, em fevereiro deste ano, terão de cumprir 30 horas de trabalho comunitário. Um outro, que simulou fazer sexo com uma boneca inflável, também recebeu a mesma pena. O local de trabalho e o tipo de serviço eles saberão nesta semana.
A pena foi definida durante audiência na semana passada no Ministério Público. Os três foram citados pelo crime de atos obscenos e nos próximos dias saberão detalhes da punição por meio da Central de Penas e Medidas Alternativas. O mais provável é que tenham de atuar auxiliando entidades assistenciais ou hospitais do município.
A confusão ocorreu durante o evento que prevê o desfile de calouras no câmpus. Ao desfilarem, elas são pressionadas a dançarem, fazerem poses sensuais e outros atos que geraram a revolta de um grupo feminista que vem protestando há anos.
O problema é que dessa vez os alunos que participavam da brincadeira resolveram revidar xingando as garotas que protestavam e dois deles ficaram pelados e mostraram a elas os órgãos genitais. O outro se deitou sobre uma boneca e ficou simulando praticar sexo com ela. Componentes da manifestação fotografaram e filmaram essas atitudes, sendo essas imagens usadas como prova contra os acusados.
Agora os três estudantes precisam cumprir as 30 horas para se verem livres de responder a um processo criminal. Esse tipo de conversão de pena é possível por se tratar de um crime de menor poder ofensivo e com pena prevista inferior a dois anos de detenção.
Um processo administrativo também foi instaurado internamente na USP para apurar o ocorrido. De acordo com a assessoria de comunicação da USP, a apuração está em trâmite. “A comissão foi instaurada no dia 28 de março e tem prazo de até 60 dias, a contar dessa data, para concluir os trabalhos”, informou. Segundo o regime disciplinar da universidade, as punições podem ir de uma advertência verbal à expulsão do aluno.