Dois alunos adolescentes da Escola Estadual Prefeito Quinzinho Camargo, em Piraju, a 330 km de São Paulo, invadiram a casa da diretora e atearam fogo em seu automóvel. As chamas destruíram o carro, um Volkswagen Logus, e queimaram as madeiras do telhado e da janela da residência. Os bombeiros impediram que o fogo se alastrasse por toda a casa. Os menores, de 15 e 16 anos, confessaram a ação e disseram que tinham "bronca" da diretora. O aluno de 15 anos já tinha passagem pela Fundação Casa, antiga Febem, e fora denunciado pela diretora por ter depredado uma janela da escola.
O incêndio ocorreu no último dia 16, mas a Polícia Civil só chegou aos autores uma semana depois. É que a diretora, Leonor Gomes de Castro, desconfiou do comportamento dos alunos. No dia 14, ela tinha denunciado um deles à polícia por ter arrancado a tela de proteção de uma janela para fugir da aula. Os menores foram ouvidos na companhia dos pais. Eles contaram que pularam o muro e quebraram o vidro lateral do carro. Em seguida, acenderam um isqueiro e atearam fogo numa blusa que estava no banco dianteiro do veículo. O tecido em chamas foi usado para espalhar o fogo em livros e papéis que se achavam sobre o banco traseiro.
Em seguida, voltaram a escalar o muro para fugir. No dia seguinte, apenas um deles foi à escola. O destino dos garotos será decidido pela Vara da Infância e da Juventude da cidade. De acordo com a Secretaria de Educação do Estado, a diretora convocou os pais dos estudantes para conversar sobre o ocorrido. Ela continua trabalhando normalmente. O caso de Piraju não é isolado. Em Macatuba, noroeste do Estado, a 320 km da capital, um grupo de estudantes passou cola de secagem rápida na cadeira utilizada por uma professora. Ela ficou presa ao móvel pela roupa. O ato infracional está sendo investigado pela Polícia Civil, que já identificou três suspeitos, todos menores.
