Após o anúncio da rede estadual de educação de que a reestruturação das escolas teria algumas unidades fechadas, petições foram criadas e compartilhadas por alunos em todo o Estado de São Paulo. Até quarta-feira, 28, o site change.org havia registrado 104 abaixo-assinados contra o fechamento de 36 colégios diferentes.
Uma das petições com maior número de assinaturas, da Escola Estadual Mathias Aires, registrou mais de 9 mil apoiadores. “A escola conta com mais de 300 alunos e teve a terceira melhor nota do Idesp do Estado de São Paulo em 2014”, escreveram os estudantes que organizaram o abaixo-assinados.
O colégio estava entre os 162 unidades que o principal sindicato de professores em SP, a Apeoesp, apontava que seriam desativados. Quando a lista oficial saiu, com apenas 94, o nome da escola não apareceu.
A mudança, anunciada em setembro pelo governo de Geraldo Alckmin (PSDB), prevê a reorganização das escolas estaduais para que tenham apenas um ciclo de ensino: anos iniciais do ensino fundamental (1.º ao 5.º), anos finais do fundamental (6.º ao 9.º) e ensino médio.
Com isso, 311 mil alunos serão transferidos para outra unidade no próximo ano e 74 mil professores – quase um terço do 220 mil que trabalham na rede – serão afetados.
A previsão é que, a partir de 2016, São Paulo passe a ter 2.197 escolas de ciclo único, um aumento de 52% em relação às 1.443 unidades existentes. Desta forma, 43% dos 5.147 colégios do Estado terão ciclo único.
O número é menor do que o apresentado pela secretaria inicialmente – era esperada a movimentação de 1 milhão de estudantes. O secretário da Educação, Herman Voorwald, disse que o trabalho de reorganização “não se encerra hoje”. “É um processo que tem continuidade ao longo do tempo, fundamentalmente, porque há uma queda contínua dos alunos na rede do Estado”, disse.