São Paulo (AE) – Elas querem nossos alunos. O Brasil se tornou recentemente um mercado estratégico para universidades estrangeiras, principalmente americanas e australianas. Não, elas não vão oferecer cursos aqui. Estão montando escritórios, promovendo eventos e oferecendo bolsas com o objetivo de levar os jovens a fazer graduação fora do País. ?Queremos os melhores estudantes do mundo e o Brasil, com China e Índia, é um dos nossos focos?, diz o diretor de assuntos internacionais da Universidade Yale, João Aleixo, que esteve em São Paulo neste mês.
Yale veio depois de Harvard, que em abril anunciou que abriria escritório em São Paulo. Em entrevista, o diretor do Centro Rockefeller para Estudos Latino-Americanos, John Coastworth, disse que há dois anos a universidade tem incentivado o conhecimento do País e do português por seus alunos e professores. Ele também enfatizou que a política de Harvard é de não deixar nenhum bom estudante de fora, mesmo que não tenha como pagar US$ 45 mil por ano.
As universidades estrangeiras também deixam claro que o tamanho do Brasil importa nessa decisão estratégica. O País tem atualmente cerca de 9 milhões de alunos no ensino médio, etapa anterior ao ensino superior, com 4,1 milhões de estudantes. Para o ex-ministro da Educação e consultor Paulo Renato Souza, a tendência é positiva para o Brasil. ?São poucos os brasileiros fazendo graduação no exterior e isso acaba criando um problema de não olharmos para fora, de uma educação fechada.?