Cerca de 300 alunos do campus da Universidade Estadual Paulista (Unesp) em Botucatu fizeram atos públicos nesta quarta-feira na cidade para reivindicar melhoria no transporte de universitários. Depois de caminhar pela região central com faixas e cartazes, o grupo se concentrou na frente da prefeitura. De acordo com a estudante Karina Eid, do comando de greve, o transporte faz parte da infraestrutura do campus, mas é deficiente. “Os ônibus não circulam nos fins de semana, quando o aluno precisa ir à escola usar a biblioteca.” Foi agendada uma reunião com o prefeito João Cury Neto (PSDB) para esta quinta-feira, 13.
O transporte é um dos itens da pauta de reivindicações dos estudantes e servidores da Unesp. Eles querem ainda restaurante universitário subsidiado, bolsa-auxílio para quem é de fora e outras melhorias nas condições de permanência estudantil. Os alunos estão em greve desde o último dia 7, quando uma assembleia com 950 estudantes optou pela paralisação – parte dos funcionários já estava em greve. De acordo com a comissão, alunos de todos os cursos estão sem aulas teóricas, inclusive os dos primeiros quatro anos de medicina. Segundo Karina, as atividades assistenciais e de apoio ao atendimento médico no Hospital das Clínicas no interior do campus não foram paralisadas. O Instituto de Biociências foi ocupado pelos grevistas, que dormem e se alimentam no local.
A assessoria de imprensa da Unesp informou que a greve dos alunos se restringe ao Instituto de Biociências e é parcial nos cursos de medicina, ciências agronômicas e medicina veterinária e zootecnia. Há greve parcial de servidores apenas na faculdade de ciências agronômicas e no restante do campus as atividades são normais.
Sorocaba, Ourinhos e Assis
No campus da Unesp em Sorocaba, a greve atinge apenas os funcionários e técnicos administrativos – 50% deles estavam parados nesta quarta-feira. A principal reivindicação é 11% de reajuste salarial e a paridade de votos nos conselhos – os docentes têm direito a 70% dos votos, servidores 15% e alunos 15%. Os alunos não aderiram à greve. Em Ourinhos, a greve dos estudantes começou há 15 dias e os professores que apoiam o movimento não estão computando as faltas. Os alunos reivindicam aumento no valor de bolsas para extensão, inclusão de auxílio-moradia e convênio com restaurantes da cidade. Em Assis, os alunos estão mobilizados desde meados de maio. A greve foi ampliada em assembleia na última sexta-feira, 7. Entre as reivindicações estão ampliação do restaurante universitário e melhorias na biblioteca.
A assessoria da Unesp informou que a demanda emergencial de cada unidade foi levantada e será discutida numa videoconferência nesta quinta-feira com representantes dos alunos. Já foi proposta a criação de uma comissão permanente com representantes dos três segmentos – administração, funcionários e alunos – para discutir critérios de concessão e distribuição de bolsas, moradias e restaurantes universitários.