Brasília
(Das agências) – O candidato a Presidência da República José Serra (PSDB) acusou seu adversário Ciro Gomes (PPS) de ser um dos responsáveis pela alta recorde da cotação do dólar, que fechou ontem em R$ 3,30 e ontem bateu novo recorde. Serra responsabilizou as últimas declarações de Ciro, contrárias a um acordo de transição com o FMI (Fundo Monetário Internacional) e pela regulação das contas CC-5 (de remessa de dinheiro ao exterior) a partir de janeiro, pela alta na moeda americana.“O que eu fico espantado é com candidato que neste momento está jogando no quanto pior melhor. É o caso de Ciro Gomes. Toda vez que ele abre a boca, o dólar sobe e uma fábrica fecha. Ele está jogando com o quanto pior melhor para ganhar eleitoralmente”, afirmou. Segundo o tucano, as declarações de Ciro estão prejudicando a economia brasileira. “Ele [Ciro] fala contra o fundo monetário, falou que ia fechar a CC-5 em janeiro, portanto está ajudando a piorar o quadro econômico”, afirmou.
Serra fez a declaração após visita a um restaurante popular, em Samambaia, cidade satélite de Brasília. Ele esteve acompanhado de sua vice, Rita Camata, e do governador do Distrito Federal, Joaquim Roriz, ambos do PMDB. Questionado sobre as recentes pesquisas eleitorais, Serra disse que só comentará seu desempenho após o início do programa eleitoral gratuito de rádio e televisão, no dia 20 de agosto. Durante à visita ao restaurante popular, onde almoçou, Serra cumprimentou vários eleitores. Sobre a comida, comentou: “Está boa, eu estava com fome”.
Em São José do Rio Preto, o candidato da Frente Trabalhista, Ciro Gomes, disse que as críticas que José Serra lhe fez em Brasilia são reflexo do “ódio, frustração e desespero” que tomam conta do candidato do PSDB a presidente da República. Ciro disse que Serra deveria tomar remédios “genéricos” para se acalmar. Ciro voltou a defender seu vice Paulo Pereira da Silva, o Paulinho, que chamou de “homem limpo” e do coordenador de sua campanha, o deputado José Carlos Martinez, acusado de ter rcebido dinheiro de PC Farias, ex-tesoureiro de Collor. “Ele já explicou tudo”, resumiu Ciro. Em São Paulo, Ciro afirmou que a disparada do dólar é uma crise que “estava escrita nas estrelas. A causa é a precariedade das contas brasileiras.” Em Londres, o assessor econômico do PT, Guido Mantega, contrariou Lula e disse que o partido pode conversar com o governo sobre um acordo com o FMI. Segundo Mantega, o presidente Fernando Henrique Cardoso é quem deveria tomar a iniciativa da conversa.
