O recolhimento do presidente Luiz Inácio Lula da Silva a partir do desastre do vôo 3054 foi criticado por parlamentares da base aliada e da oposição, que cobraram uma postura mais agressiva para tentar solucionar a crise que se arrasta há quase dez meses no setor aéreo brasileiro. "O presidente Lula não soube reagir a essa situação", afirmou o presidente em exercício da CPI, deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ). "O governo tem de designar alguém, algum ministro forte, do Palácio do Planalto, para pôr ordem nessa confusão", defendeu o peemedebista.
A oposição também criticou a falta de pulso firme do presidente Lula para conduzir a crise no setor aéreo. A deputada Luciana Genro (PSOL-RS) reclamou do comportamento do presidente Lula em relação à crise do setor aéreo. "O que acho mais chocante é o presidente da República fazer uma cirurgia estética, de terçol, e não fazer um pronunciamento de solidariedade às famílias das vítimas do acidente", afirmou a deputada. "O presidente Lula tinha de pedir perdão por essa tragédia anunciada. Ele deveria ter ido a São Paulo e pôr o governo à disposição das pessoas que estão precisando de ajuda", completou.
Na avaliação de Luciana Genro, há um "conluio" para que as investigações não avancem e a culpa acabe recaindo unicamente sobre o piloto da TAM e em problemas mecânicos do Airbus. "Quem vai investigar as causas do acidente é quem fez a obra, que foi a Infraero, quem liberou a pista de Congonhas, que foi a Anac com o aval do Comando da Aeronáutica. Ou seja: eles mesmos vão se investigar", argumentou a deputada.