São Paulo – Algumas providências serão definidas imediatamente, tais como a criação de um comitê de viagens, cujo objetivo será o de colar o candidato a seus aliados que se elegeram com grandes votações nos Estados. A idéia é promover uma transferência de votos dos eleitos e ajudar a eleger governadores como o candidato do PMDB no Rio Grande do Sul, Germano Rigotto, que passou para o segundo turno e enfrentará Tarso Genro, do PT.
Os aliados de Serra pretendem também aumentar a participação do presidente Fernando Henrique Cardoso na campanha, o qual, segundo a análise dos estrategistas de Serra, não transferiu para seu candidato todo o seu potencial de votos. O afastamento de Fernando Henrique no primeiro turno se orientou por análises estratégicas, mas agora a participação dele nas articulações políticas de fundo é considerada fundamental.
A troca da coordenação política da campanha, anunciada hoje com a saída do deputado Pimenta da Veiga (PSDB-MG) do cargo, tem a finalidade de criar uma nova dinâmica de ação política. É possível que os aliados de Serra centralizem a coordenação em um nome, mas também é certo que ele estará no centro de um grupo de coordenadores que provavelmente terá entre seus integrantes atores como o deputado Aécio Neves (PSDB), que se elegeu governador de Minas Gerais no primeiro turno, e o governador Jarbas Vasconcelos (PMDB), reeleito governador de Pernambuco, também no primeiro turno.
Voltarão a atuar, agora mais soltos, os presidentes do PSDB, José Aníbal, que perdeu a eleição para senador por São Paulo, e o do PMDB, Michel Temer (SP), que se reelegeu deputado com mais de 250 mil votos. O novo desenho da campanha será capaz, no entender dos aliados do candidato tucano, de impulsioná-lo, já na primeira semana de campanha, dos 23% de votos que ele obteve na eleição para alguma coisa em torno de 32%.
Será o suficiente, diz uma fonte da campanha, para atrair novos aliados e atrair outros que se afastaram ou atuaram pouco no primeiro turno.