Das agências
– Lideranças da Frente Trabalhista que contestam o predomínio do PTB na chapa de Ciro Gomes à Presidência da República elegeram o vice de Ciro, Paulo Pereira da Silva (PTB), o Paulinho, como próximo alvo. Políticos do PDT e do PPS, ligados ao senador Roberto Freire (PE), articulam a saída do sindicalista.Isto deve resultar na apresentação de novas acusações contra Paulinho, o que pode se constituir no segundo golpe contra a campanha de Ciro depois que o deputado federal José Carlos Martinez (PTB-PR) se afastou da coordenação-geral da campanha presidencial do candidato do PPS.
Além disso, o ex-senador Antônio Carlos Magalhães, segundo um dos auxiliares de Paulinho, estaria jogando nos bastidores para indicar um novo vice para Ciro Gomes. O grupo que defende sua saída do grupo considera que o seu substituto ideal seria Leonel Brizola (PDT). Brizola já se pronunciou favoravelmente a uma aliança para o governo do Rio Grande do Sul em torno de Antônio Britto (PPS), apesar de ele ser antigo desafeto. Para aceitar uma eventual indicação, porém, Brizola renunciaria à disputa ao Senado do Rio de Janeiro.
Chapa
Para o vice-presidente da Executiva Nacional do PTB, o deputado estadual Campos Machado, é inadimissível que lideranças da Frente Trabalhista cogitem a retirada de Paulo Pereira da Silva da chapa de Ciro. “Nós vamos blindar o Paulinho, ninguém mexe com ele”, afirma. Detalhe: antes da saída de Martinez, Machado disse que o ex-coordenador-geral da campanha era “intocável”…
Paulinho, candidato a vice na chapa de Ciro Gomes, defende a participação do PFL na coordenação da campanha do ex-governador do Ceará. Para o sindicalista, pefelistas têm muita “bagagem política” e seriam fundamentais. “Eu não tenho experiência política, só fui candidato a vereador em Franco da Rocha (SP), é bom ter gente experiente como o Antônio Carlos Magalhães ao lado”, diz. O sindicalista descarta ser a próxima baixa na campanha de Ciro. “Tenho muita afinidade com ele, Ciro é um grande parceiro.”
Paulinho não se afastará
Brasília
– O comando da campanha à Presidência da República de Ciro Gomes já estaria analisando a substituição do candidato a vice, o sindicalista Paulo Pereira da Silva, envolvido em novas denúncias. Paulinho, entretanto, afirma que não vai deixar a chapa: – Não vou renunciar. Não pedi para entrar e não vou pedir para sair. Se quiserem, que me tirem – disse, ao rebater as acusações de que ele ofereceu R$ 3 milhões para que o ex-companheiro Vagner Cincchetto não fizesse novas denúncias, envolvendo inclusive o desvio de verbas do Fundo de Assistência ao Trabalhador (FAT).Segundo disse o editor da Revista Época, Expedito Filho, em entrevista à Rádio CBN, Paulinho mandou um intermediário tentar subornar Cinchetto. De acordo com a edição on line da revista Isto É, o intermediário seria Marcos Cará, um dos fundadores da Força Sindical, atualmente trabalhando na campanha da Frente Trabalhista.
Ainda de acordo com a Isto É, Cinchetto, também fundador da Força, em outubro passado procurou o Ministério Público Federal e denunciou uma série de falcatruas supostamente praticadas pela central sindical, como o superfaturamento de imóveis comprados com verbas do governo. Essas acusações estão sob investigação.
Suborno
Cará estaria ligando para Cichetto para tentar um acordo e evitar novas denúncias. Cichetto recorreu ao procurador da República Luiz Francisco de Souza, que lhe recomendou marcar o encontro com o emissário de Paulinho e gravar a conversa. A reunião, em um restaurante do centro de São Paulo, foi presenciada também por um jornalista, estrategicamente colocado por Cichetto na mesa ao lado.
Segundo a Isto É, Cará afirmou que Paulinho estava sendo pressionado a deixar o posto de vice e que o senador Antônio Carlos Magalhães (PFL) operava nos bastidores para tentar nomear um novo companheiro de chapa para Ciro. Novas denúncias facilitariam a vida de ACM, o que Cará estaria tentando evitar ao oferecer um ?cala-boca? a Cichetto. A tentativa de suborno, na última quarta-feira, foi presenciada por três jornalistas, um da Revista Época, que publicará reportagem sobre o assunto em sua próxima edição.
Líder propõe renúncia
Brasília
(AE) – O líder do PTB na Câmara, Roberto Jefferson (RJ), pediu ontem a renúncia do candidato da Frente Trabalhista a vice-presidente, Paulo Pereira da Silva (PTB), o Paulinho. O motivo para a saída de Paulinho seria o envolvimento em denúncias de que teria intermediado um suborno a um sindicalista, a serem divulgadas pelas revistas que circularão no fim de semana. O candidato da Frente Trabalhista a vice-presidente, segundo Jefferson, terá de se explicar, convincentemente, sobre as denúncias.“Se ele não convencer , tem de pedir o boné e ir para casa. Não pode haver nenhum erro na campanha de Ciro, e quem estiver atrapalhando, tem de sair”, afirmou o dirigente petebista, que também integrou o grupo de aliados do ex-presidente Fernando Collor. Ele disse que o novo candidato será de escolha exclusiva do ex-ministro da Fazenda Ciro Gomes (PPS). “O PTB já teve o seu momento e o C iro, agora, pode escolher seu vice no PDT, no PPS e , se quiser, até mesmo no PTB.”
