O afastamento definitivo do senador Renan Calheiros (PMDB-AL) da presidência do Senado antes da votação do pedido de cassação, marcada para a próxima quinta-feira, é apontado como ponto pacífico entre os aliados do Planalto. O próprio Renan já conversou com alguns colegas sobre essa estratégia, que também foi acertada com o governo.
A renúncia do peemedebista do comando do Senado, segundo fontes ouvidas pela Agência Estado, pode facilitar sua absolvição pelo plenário e se enquadra no roteiro definido pelo governo para aprovar a emenda constitucional que prorroga a CPMF até 2011.
A renúncia de Renan obriga o presidente interino, senador Tião Viana (PT-AC), a convocar nova eleição para a presidência cinco dias úteis depois do pedido de afastamento. Isso acontecerá, portanto, antes da votação do primeiro turno da CPMF, prevista para o período de 6 a 11 de dezembro.
O Planalto não quer um clima de tensão no Senado para não sofrer revés, já que enfrentará uma situação difícil e uma votação apertada para renovar o imposto do cheque. Por isso mesmo, senadores do PMDB e do PSB advertem que o governo não pode fazer movimentos bruscos no Senado, sob pena de deflagrar uma disputa indesejável para o comando da Casa.