O governador Geraldo Alckmin (PSDB) afirmou nesta segunda-feira, 30, que defende que os valores de alguns precatórios do Estado sejam investigados. Ele citou um caso na Serra do Mar, em que o custo de um dos pagamentos a que a Fazenda Pública está judicialmente obrigada a fazer é da ordem de R$ 1 bilhão. O tucano também afirmou que não recorrerá à Justiça para mudar o indexador da dívida.

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Alckmin disse que no caso de alguns precatórios existem “alguns valores absurdos”. “Inclusive na desapropriação do Rodoanel, entramos com uma representação no Tribunal de Justiça de São Paulo e outra no Ministério Público do Estado de São Paulo em razão do valor das desapropriações em Guarulhos. Há precatório da Serra do Mar, ali, montanha, de R$ 1 bilhão. Não é possível, deveria haver um processo investigatório. Você tem prefeituras que, por cinco alqueires de terra, fica inviabilizada, tal é o valor do precatório. Então há de se ter um certo cuidado em relação a esses valores”, afirmou ele durante agenda no canteiro de obras da Linha 5-Lilás do Metrô, na zona sul da capital paulista.

Ainda de acordo com o tucano, existe “um compromisso” do governo federal de mudar o indexador da dívida – o que só deve ocorrer no ano que vem, em decorrência do atual ajuste fiscal. Segundo ele, esse compromisso é “justo”. “Não vamos recorrer à Justiça. Há um compromisso do governo de mudar o indexador, que é justo. Não tem nenhum benefício para o Estado no curto prazo, nenhum. Não vamos reduzir um centavo do que nós pagamos. Mas, no final, o acordo da dívida foi feito em 1998 por trinta anos. Em 2028, acaba. Aí você teria um saldo devedor muito alto, embora já tenha pago a dívida duas vezes. Esse saldo devedor é que será substancialmente reduzido. A medida é correta do ponto de vista financeiro.”

Sobre a possibilidade de convalidação de benefícios fiscais no Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz) sem a obrigação de ter recebido a aprovação da maioria no colegiado, Alckmin também foi contra. O Confaz é integrado por secretários de finanças de todas as unidades federativas do País. “O Brasil se chama República Federativa do Brasil. Esse é o último bastião da federação, de defesa dos Estados. Se acabar com a unanimidade no Confaz, acabou a federação. Então não é adequado. Entendo que isso deve ser mais discutido e ao mesmo tempo se respeitar o Confaz, porque está caminhando bem a interlocução entre os 27 Estados brasileiros no Confaz.”

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