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A Secretaria Nacional de Defesa Civil (Sedec) enviou alertas, ontem, para as defesas civis do Paraná e de São Paulo para prevenir contra a ocorrência, entre amanhã e terça-feira, de chuvas fortes, raios e ventos com até 70 quilômetros por hora. Há risco também da queda de granizo em áreas isoladas dos dois estados.

Brasília – Os temporais, conforme a previsão da Sedec, podem causar alagamentos, deslizamentos de terra e o escorregamento de pedras. A secretaria recomenda que a população evite a permanência em áreas de risco – baixadas, morros e encostas. É conveniente também que as pessoas não fiquem em áreas desprotegidas dos raios e ventos fortes e busque abrigo em construções sólidas.

A Sedec indica a ocorrência de pancadas de chuva forte, com raios e rajadas de vento com até 70 quilômetros no centro-leste do Paraná durante os três primeiros dias da próxima semana. É provável que moradores de áreas isoladas convivam nesse período com a queda de granizo. A mesma previsão, também para entre amanhã e terça-feira, vale para todo o Estado de São Paulo, mas com rajadas de ventos com no máximo 60 quilômetros por hora.

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Depois da chuva

A Prefeitura de São Bernardo do Campo, na região do Grande ABC, poderia ter evitado a tragédia que tirou a vida de sete crianças e da mãe de três delas, na Favela do Silvina, na quarta-feira, se tivesse seguido orientações e alerta do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), que em 1999 mapeou as 17 áreas de alto risco do município.

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A Prancha 10 do estudo "Áreas de Risco e Escorregamento" – feito pelo IPT a pedido da administração de Maurício Soares (PSDB) – tem como título "Jardim Silvina". Nela, as moradias irregulares do bairro, apontadas em um mapa aéreo, são classificadas como de "alto risco" – o maior de cinco níveis avaliatórios. "Em toda área assim, há alguma evidência de desabamento", disse o pesquisador de geologia agrupada ao meio ambiente do IPT, Gerson Salviano de Almeida Filho.

"Esse trabalho foi desenvolvido para dar subsídio à Prefeitura de São Bernardo para evitar a expansão urbana dessas áreas", disse Almeida Filho.

Contudo, novos pontos habitados surgiram desde que o estudo foi realizado. Um deles foi no barranco do lado anterior de onde ocorreu o deslizamento de terra que dizimou oito pessoas de duas famílias.

Cinco barracos que foram atingidos por barreiras e estavam parcialmente destruídos, na Rua Washington Luiz, não apareciam na fotografia aérea apresentada no estudo realizado pelo IPT em 1999 e entregue à Prefeitura.

Emergência em Novo Hamburgo

Porto Alegre – O prefeituro de Novo Hamburgo, na Região Metropolitana de Porto Alegre, Cleonir Bassani, decretou situação de emergência no município por causa da estiagem, que já comprometeu 50% das plantações de milho e cana-de-açúcar e provocou prejuízos na bacia leiteira local.

Em apenas um bairro, dos 1.200 hectares plantados com milho e dos 600 hectares de cana-de-açúcar, metade está perdida. A estimativa é de perda total caso não chova em 10 dias.

Conforme a direção da Companhia Municipal de Saneamento, ainda não há risco de desabastecimento na cidade. A vistoria no Rio dos Sinos comprovou as denúncias de mortandade de peixes. Pelo menos cinco espécies foram encontradas mortas nas margens do rio.

Novo Hamburgo é o maior município do estado a encaminhar documentação com pedido de emergência à Defesa Civil até agora. Se o pedido for homologado pela coordenadoria, serão 133 os municípios em situação de emergência no Rio Grande do Sul, desde o dia 27 de dezembro, por causa da seca.