Rio – O vice-presidente da República, José Alencar, voltou a defender a queda dos juros como forma de garantir o crescimento sustentável. Durante discurso na solenidade de posse da nova diretoria da Associação Comercial do Rio de Janeiro, Alencar disse que tem lutado contra o atual regime de juros adotado no Brasil, porque, se este não for mudado, o país se esvai. “Tinha prometido à minha mulher que não falaria sobre juros, mas falei porque uma das primeiras pessoas que encontrei ao chegar aqui foi o Lázaro Brandão (conselho do Conselho Deliberativo do Bradesco). Tenho certeza de que ele também se preocupa com essas taxas, porque sabe que elas são absolutamente despropositadas e não têm como ser remuneradas por qualquer atividade produtiva”, afirmou Alencar, sendo aplaudido pela platéia formada em grande parte por empresários.
O vice-presidente considerou “uma notícia das mais alvissareiras” a declaração feita anteontem pelo ministro da Fazenda, Antônio Palocci, de que o Brasil saiu da UTI. Alencar acrescentou que, diante disso, a retomada do crescimento é urgente. O vice-presidente lembrou dois fatos ocorridos esta semana que, segundo ele, são ultrapreocupantes: a longa fila de desempregados em busca de emprego como gari da Comlurb, no Rio, e a invasão de praças de pedágio pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST), no Paraná. Segundo ele, são fatos que precisam ser visto com absoluto zêlo e que só podem ser enfrentados com o crescimento. “O Brasil precisa crescer para sairmos dessa. O país tem capacidade de ser rico, mas precisa deixar de lado a tese de que é bom ser pobre, como se pobreza fosse sinônimo de honestidade.”
O ministro da Integração Nacional, Ciro Gomes, e o presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Carlos Lessa, também disseram ontem que o atual modelo econômico tem impedido a realização dos investimentos necessários para garantir o crescimento.
