Brasília – Mesmo com todas as dificuldades para formar as alianças, o maior problema do PT e do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para a campanha é, neste momento, a falta de dinheiro. Que as contribuições vão aparecer ninguém no governo tem dúvida. O problema é que elas vão demorar e o PT, quebrado, não tem como fazer nada agora, nem mesmo o que está se tornando cada dia mais urgente: a contratação de um marqueteiro para o lugar que Duda Mendonça ocupou em 2002. O partido nem teria como justificar grandes despesas como essa.

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No momento, o PT começa a cogitar a contratação de uma equipe de marketing para organizar a campanha da reeleição. Sem Duda Mendonça, enrolado em denúncias de envio de recursos para o exterior, o nome que o presidente Lula, hoje, deseja é o do publicitário e jornalista João Santana, também baiano.

O próprio Lula teve alguns encontros com João Santana e está muito impressionado, dizem assessores, especialmente com seu estilo discreto, bem diferente de Duda. Santana tem feito análises das recentes pesquisas sobre avaliação do governo e a corrida eleitoral.

Lula e Santana se aproximaram em 2001, quando o publicitário ainda trabalhava com Duda. A relação de dez anos entre os dois baianos foi rompida justamente por causa de divergências no rumo da campanha petista de 2002. Enquanto Duda queria um estilo exclusivamente emocional, centrado na forma, Santana insistia no marketing de conteúdo. É a fórmula que ele pretende adotar em 2006, se fechar negócio com o PT e com Lula. Em vez do "Lulinha paz e amor", Santana apostará no "Lula fez ou não fez", para mostrar realizações do governo.

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