O deputado federal Aldo Rebelo (PC do B-SP) disse nesta terça-feira (18) que o governo deve negociar com a oposição a aprovação das quatro Medidas Provisórias (MPs) que trancam a pauta da Câmara para que consiga votar até amanhã a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) que prorroga a Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF) até 2011. Na avaliação dele, retirar as MPs da pauta não é a melhor estratégia.
"O melhor para o Congresso e também para o governo é negociar com a oposição e votar as MPs, de acordo com aquilo que a correlação de forças estabeleça", afirmou, após participar de um debate sobre reforma política organizado pela Federação do Comércio do Estado de São Paulo (Fecomercio-SP), na capital paulista. Ele reiterou que embora seja possível votar as MPs e a PEC no mesmo dia, "é preciso ter um acordo com a oposição e a oposição concordar. Não sei se isso está acontecendo".
Aldo defende a aprovação da PEC da CPMF da forma como está e propõe que as discussões a respeito do tributo sejam feitas mais tarde, dentro do debate sobre a carga tributária. "O posicionamento do partido é lutar por uma redistribuição do que arrecada a CPMF, porque hoje só uma parte do que ela arrecada vai para a saúde, e discutir a CPMF dentro de debate geral sobre a carga tributária do País." Ele admitiu, entretanto, que a redução da alíquota poderia ajudar no processo de aprovação da proposta.
Reforma política
Sobre a reforma política, o deputado disse acreditar que um projeto que previsse mudanças no longo prazo teria mais chances de ser aprovado, já que não envolveria interesses imediatos dos parlamentares. "Uma sugestão é que se aprove a reforma política não para vigorar na próxima eleição, mas para, quem sabe, na próxima geração. Já valeria a pena, melhor do que não fazer reforma nenhuma", analisou.
Aldo evitou julgar a absolvição pelo plenário do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). "Não vou comentar a decisão de uma Casa à qual eu não pertenço, que é o Senado Federal. As decisões do Senado são decisões do Senado, e eu as respeito, assim como naturalmente sempre desejo que as decisões da Câmara sejam respeitadas", limitou-se a dizer.
Questionado sobre se a decisão prejudica a imagem do Legislativo respondeu: "A imagem da Câmara e do Senado é sempre julgada a cada eleição. E não demora muito, daqui a dois ou três anos vamos ver qual o julgamento que o povo faz das duas instituições e de seus integrantes", disse.