Foto: Orlando Brito |
Alckmin: mandato de quatro anos. continua após a publicidade |
O candidato a presidente Geraldo Alckmin (PSDB), da coligação Por um Brasil decente (PSDB-PFL), reafirmou ontem, em São Paulo, que, se for eleito, pretende acabar com a reeleição no país. ?Eu acabo com a reeleição e começo dando o meu exemplo pessoal, que é fazer um mandato de quatro anos muito bem feito?, destacou, após participar de uma sabatina realizada pelo jornal Folha de S.Paulo.
Alckmin afirmou, contudo, que a medida não deverá atingir os prefeitos em mandato e os governadores eleitos neste mandato. ?Você não muda regra que já foi estabelecida. Você muda para o futuro?, emendou. Sobre se não pretendia mesmo se reeleger em 2010, caso vença esta eleição, ele brincou: ?Tem dois ansiosos na vida: políticos e jornalistas?. Alckmin reiterou: ?Eu vou fazer um bom mandato em quatro anos?.
O candidato da coligação Por um Brasil decente a presidente falou, mais uma vez, sobre privatização. Na avaliação de Alckmin, esta pauta foi supervalorizada pela indignação da campanha e dos correligionários ?frente ao conjunto de mentiras que não tem a menor procedência?. O candidato da coligação Por um Brasil decente negou, novamente, que tenha a intenção de privatizar o Banco do Brasil (BB), a Caixa Econômica Federal (CEF), a Petrobras e os Correios.
Em Brasília, em campanha pela reeleição, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) recebeu manifestos de apoio assinados por 46 reitores e 96 dirigentes de escolas tecnológicas. Bem-humorado, ele prometeu redobrar investimentos na educação, num eventual segundo mandato, e se definiu como ?centroavante? do time dos acadêmicos. ?Quero dizer que não há retorno para a universidade brasileira. Agora, ou vai, ou racha. E, certamente, não vai rachar. É o que todos precisamos?, afirmou, referindo-se à ampliação da rede de ensino superior.
Após três anos de críticas por desdenhar do diploma, Lula passou a ressaltar nos discursos a atenção dada à educação superior pelo governo dele. É uma forma, segundo assessores, de atacar o PSDB num tema caro à ?elite tucana?, já que o governo Fernando Henrique Cardoso (1998-2002) foi marcado por greves no ensino superior e pela atenção às instituições privadas. Lula gosta de lembrar que iniciou a construção de dez universidades, sendo quatro totalmente novas. Segundo assessores, depois que conseguiu ultrapassar o número de universidades criadas por FHC (seis), Lula tem obsessão, agora, de instalar mais uma universidade e bater a marca de Juscelino Kubitschek, que implantou dez instituições.
Embora os manifestos não tenham incluído as palavras ?reeleição? ou ?candidato?, os reitores disseram que pediram o encontro com Lula para deixar claro o apoio à candidatura dele. ?Não é uma pauta de reivindicações, é um manifesto de apoio ao presidente?, afirmou o reitor da Fundação Universidade de Rio Grande (Furg), João Carlos Cousin. O reitor da Furg explicou, ainda, que não existe a possibilidade de esse grupo procurar o candidato tucano, Geraldo Alckmin, para conversar. E nem os reitores foram procurados por Alckmin.
No discurso, de improviso, Lula afirmou que o governo aprendeu, no diálogo com as universidades, e conseguiu ?desatar nós?. ?A gente percebeu que é prazeroso investir em educação?, disse. Lula reconheceu que o governo não conseguiu aprovar ainda o projeto de reforma universitária e do Fundeb, que prevê mais recursos para o ensino fundamental.