Os governadores de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), e do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão (PMDB), iniciaram nesta quarta-feira, 9, um diálogo visando ao entendimento quanto ao uso de águas comuns aos dois Estados. Pezão quer que Alckmin suspenda por 30 dias qualquer iniciativa quanto ao projeto de transposição de água da Represa Jaguari, no Vale do Paraíba, para o Sistema Cantareira. Enquanto isso, o diálogo será aprofundado.

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Ao mesmo tempo, em Brasília, os secretários de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais responsáveis pelo setor de saneamento e recursos hídricos se comprometeram, durante reunião realizada na sede da Agência Nacional de Águas (ANA), em Brasília, a fazer estudos técnicos para unificar as medidas de vazão das águas dos rios comuns aos três Estados. Foi o primeiro passo na rodada de negociações para um planejamento conjunto que possa permitir a realização de obras necessárias para evitar o risco de racionamento vivido hoje por São Paulo e região metropolitana, visto que o Sistema Cantareira vem registrando recordes diários de queda em seu reservatório.

Da reunião participaram o secretário adjunto de Saneamento e Recursos Hídricos de São Paulo, Marco Antonio Mroz, o secretário do Ambiente do Rio, Carlos Portinho, e o secretário adjunto do Meio Ambiente de Minas Gerais, Danilo Vieira Jr, representantes de entidades ligadas a saneamento e meio ambiente e bacia do Paraíba do Sul, além do presidente da Ana, Vicente Andreu. Na semana passada, durante encontro na Câmara dos Deputados para falar da crise no abastecimento de água de São Paulo e região metropolitana, Vicente Andreu disse que a única forma de acabar com crises de abastecimento como a atual é o entendimento entre os Estados. Ele defendeu medidas restritivas ao consumo de água do Sistema Cantareira e disse que a crise nem começou de verdade. Andreu admitiu, no entanto, que o único órgão competente para decidir pelo racionamento é a Sabesp.

De acordo com informação de bastidores, durante a reunião de seis horas realizada na ANA, o secretário do Rio exigiu que Alckmin suspendesse o início de qualquer obra por 30 dias, uma forma de ajudar no diálogo. Mroz ligou para o governador para falar da proposta do Rio. Foi informado então de que Alckmin e Pezão começaram a conversar sobre o assunto. Mroz foi embora antes do término da reunião. Alckmin e o ex-governador do Rio Sérgio Cabral (PMDB) vinham travando uma guerra de declarações a respeito do uso da água do Paraíba do Sul, comum aos dois Estados e a Minas. Cabral acusou Alckmin de prejudicar o Rio caso desse início às obras da Represa Jaguari. Alckmin respondeu, dizendo que o Rio de Janeiro fazia transposição das águas do Paraíba, em grande parte para gerar energia da Light, e não as devolvia. Agora que Cabral se licenciou e Pezão assumiu, o diálogo ficou mais fácil, segundo informação de assessores dos dois dirigentes.

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