Alckmin diz que não quer vencer por WO

O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), sugeriu ontem que não quer ser candidato a presidente por falta de opção, mas sim representar a real vontade do partido na corrida presidencial. Um dia após ter dito que não há uma divisão na legenda, Alckmin sinalizou, após entregar 64 novos carros para a Polícia Civil do Estado, que uma eventual disputa interna pela escolha do candidato seria positiva por oferecer uma pluralidade de alternativas.

"Não quero ser candidato, como se diz no esporte, por WO: ninguém quer, então vai você", disse, em referência ao termo usado no meio esportivo que dá a vitória a um time quando o outro não comparece ao jogo.

"É muito bom você ter várias opções para poder refletir bastante e escolher bem." Alckmin ressaltou a necessidade do cumprimento de promessas de campanha, ao comentar a tese de o presidente Luiz Inácio Lula da Silva não foi "capaz", até o momento, de atingir algumas das metas firmadas antes de eleger-se.

Mas sobre se esta postura não deveria ser adotada também pelo prefeito da capital paulista, José Serra (PSDB), no compromisso de não deixar a Prefeitura para disputar a Presidência, o governador de São Paulo limitou-se a dizer que "este é um assunto que cabe ao prefeito responder".

Alckmin também evitou maiores comentários sobre a possibilidade de se deparar com uma outra disputa, dessa vez, com o prefeito do Rio, César Maia (PFL). O governador disse apenas: "Eu gosto do César Maia. Passei a ter mais apreço por ele quando vi que ele gosta de xadrez. O governador não deu um xeque-mate, deu um xeque de dama, né? Eu fiz um grande roque (nesse jogo, o ato de rocar para proteger o rei)? Gostei da conversa", ironizou o governador de São Paulo a respeito do comentário feito em Nova York, pelo prefeito do Rio.

Alckmin, que anunciou no último domingo (08) que deixará o governo de São Paulo em março para disputar a eleição, manteve o tom de confiança e insistiu que a pré-candidatura foi muito bem-recebida no PSDB, apesar de alguns setores do partido terem considerado que seu gesto foi destinado a colocar sob pressão o principal nome do partido nas pesquisas, o prefeito José Serra. "O pessoal está muito animado", afirmou, voltando a defender também a obviedade da saída do cargo, diante das circunstâncias em que se encontra. "É impressionante como na política coisas que são meio óbvias, que são a verdade pura, causam um certo impacto", disse o governador.

O governador ressaltou que não está preocupado por não ser muito conhecido, nacionalmente, com a mesma força de outros pré-candidatos a presidente. "Alguém na Argentina sabia do nome do Néstor Kirchner?", perguntou. "Não, ele era governador de um estado. Ninguém sabia; isso é sempre assim. É para isso que tem campanha eleitoral", disse um otimista pré-candidato a presidente da República.

Grupos de WhatsApp da Tribuna
Receba Notícias no seu WhatsApp!
Receba as notícias do seu bairro e do seu time pelo WhatsApp.
Participe dos Grupos da Tribuna
Voltar ao topo