Alckmin decepciona e preocupa oposição

 Foto: Aliocha Maurício/O Estado

Alckmin: desempenho fraco.

O mau desempenho do candidato do PSDB a presidente, Geraldo Alckmin, na última pesquisa eleitoral feita pelo Datafolha decepcionou e preocupou tucanos e pefelistas. Os estrategistas do PFL e do PSDB estimavam um crescimento de, no mínimo quatro pontos percentuais, quando o instituto registrou queda de três pontos. "Na realidade, nós não achamos esse resultado bom e a conseqüência é que vamos ter que trabalhar mais", resumiu o senador José Jorge (PFL-PE), cotado para assumir o posto de vice-presidente na chapa tucana.

"O resultado foi abaixo da nossa expectativa e acho que isto foi fruto da campanha que fizeram contra ele assim que ele saiu candidato", completou o deputado Moroni Torgan (PFL-CE), referindo-se às denúncias de irregularidades no uso de verbas publicitárias do banco estadual Nossa Caixa e aos vestidos doados pelo estilista Rogério Figueiredo a Lu Alckmin.

A decepção de tucanos e pefelistas tem base no último levantamento do Ibope em São Paulo, que havia registrado uma alta de 16 pontos percentuais em favor do tucano na disputa com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Como o Estado representa 25% do eleitorado, a matemática política apontava para os quatro pontos a mais da aposta geral. Na cúpula do PFL, a aposta mais otimista era a de que a diferença entre Alckmin e Lula na disputa do segundo turno fosse reduzida em seis pontos.

O que mais preocupa dirigentes dos dois partidos é o bom desempenho da economia que, avaliam todos, é o que mais está segurando o presidente Lula no patamar alto em que está. "Queiramos ou não, a massa da população está feliz com o Lula, até porque o custo da cesta básica caiu, a inflação está sob controle e todos estão podendo consumir mais", diz um dirigente pefelista que prefere não ser identificado. Ele teme, agora, o impacto de medidas eleitorais sobre setores da economia que estão em crise, como a agricultura. O governo vai investir R$ 16 bilhões no recém-lançado pacote da agricultura, na expectativa de que Lula colha bons frutos nas pesquisas eleitorais.

Cautelosos, o senador Eduardo Azeredo (PSDB-MG) e o secretário-executivo do PFL, Saulo Queiroz, recomendam paciência para aguardar os próximos números. "O número de eleitores que tomaram conhecimento da candidatura Alckmin é muito pequeno. Isto demora para chegar até a população", pondera Azeredo.

Para desalento geral, inclusive da cúpula governista do PMDB, quem cresceu na exata medida do que se esperava de Alckmin foi o pré-candidato do partido a presidente, Anthony Garotinho. "Se esse Garotinho chegar nos 20 pontos na preferência do eleitorado, mostrando-se competitivo para ir ao segundo turno, ninguém derruba esta candidatura", avalia Moroni.

Não é o que diz o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). Aliado do Palácio do Planalto, onde é grande o temor de que Garotinho arraste a corrida presidencial ao segundo turno, dificultando a vida de Lula, Renan recusa-se que a candidatura própria do PMDB possa ir adiante. O presidente do PT, deputado Ricardo Berzoini (SP), considerou positivo o resultado da pesquisa. Berzoini disse que pesquisas, "a esta altura do campeonato, não emocionam tanto." Segundo o deputado, o PT precisa trabalhar com humildade para "conquistar o apoio da população e dar continuidade ao processo de estabilização, crescimento de emprego e melhoria das condições de crédito."

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