O candidato tucano à reeleição ao governo de São Paulo, Geraldo Alckmin, deu um puxão de orelha velado no candidato a presidente de seu partido, José Serra, por não ter defendido o governo federal durante a campanha presidencial.
“A obrigação de quem é governo é de defendê-lo, dizer o que foi feito e onde se pode evoluir”, afirmou, ao deixar os estúdios da TV Gazeta, onde concedeu entrevista.
Ele reiterou, no entanto, que não fazia uma crítica direta a Serra, mas somente comentava as diferenças das estratégias das campanhas federal e estadual do PSDB.
“O Serra adotou uma estratégia de falar do futuro, mantendo as conquistas e mostrando onde evoluir. Eu prefiro dizer que o governo daqui é meu e explico tudo. Defendo porque temos respostas para todas as perguntas”, argumentou.
“Estratégia, cada um tem a sua, e eu acho que a dele (Serra) também é boa”, complementou.
Alckmin também criticou a manifestação de seu adversário, José Genoino (PT), que disse que a política de segurança pública de São Paulo não tem transparência e que a Secretaria de Segurança Pública atua de forma “espetaculosa”. “O Genoino mostrou que não conhece a lei. Todos os dados trimestrais são públicos e divulgados pela internet. Por exemplo: os dados referentes aos meses de janeiro, fevereiro e março foram divulgados em 30 de abril”, rebateu.
Sobre a acusação de a secretaria agir de forma exibicionista, Alckmin afirmou que “mais uma vez” o Genoino agia de forma desrespeitosa com os policiais.
“Ele precisa parar de criticar a polícia, que cumpre seu dever e está vencendo a guerra contra o crime. O policial tem uma profissão que põe sua vida em risco para a sociedade, e quando falam das suas vitórias não se trata de exibicionismo, mas do reconhecimento de um trabalho bem feito”, argumentou.
“Ou ele (Genoino) preferia que o PCC explodisse o prédio da Bovespa?”, indagou em tom provocativo.
Alckmin disse também ter certa preocupação sobre o fato de parte do eleitorado não prestar atenção no voto de domingo (27) de que a primeira votação será para governador.
“O PT andou soltando boatos de que o primeiro voto é para presidente e isso pode confundir a população”, manifestou.
Por essa apreensão, o tucano disse que seus advogados ingressaram com pedido ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para que a campanha de rádio e televisão, que explica a ordem dos votos, seja intensificada.