O governador Geraldo Alckmin (PSDB) autorizou hoje um estudo para construção de duas novas barragens no interior paulista – uma forma de não ter de reduzir o envio de água do Sistema Cantareira para a região metropolitana de São Paulo.
Os novos reservatórios serão construídos no rio Camanducaia e no rio Jaguari e aumentarão a disponibilidade de água em cerca de 7.000 litros por segundo, o suficiente para ajudar no abastecimento de cerca de 20 cidades do interior.
O anúncio foi feito na manhã de hoje durante o 1º Simpósio dos Comitês PCJ, sobre temas ambientais, realizado em São Pedro (SP).
Segundo o secretário de Saneamento e Recursos Hídricos, Edson Giriboni, ainda não há confirmação de quantas famílias serão afetadas com as desapropriações necessárias para a construção das barragens. Os estudos de impacto ambiental também não começaram a ser feitos.
A estimativa é que as obras sejam iniciadas em 2014 e concluídas em 2016. Cerca de R$ 190 milhões devem ser investidos na elaboração de estudos, projetos, desapropriações e obras. A implantação do projeto ficará a cargo do Daee (Departamento de Águas e Energia Elétrica).
Segundo Giriboni, na última outorga para uso da água do Sistema Cantareira no abastecimento da região metropolitana de São Paulo, em 2004, foi estabelecida uma meta do governo com a ANA (Agência Nacional de Água) para reduzir o comprometimento do sistema com a região de São Paulo. “Se não fossem essas duas novas barragens, teríamos um grande conflito na renovação da outorga em 2014.”
Atualmente, dos 36 mil litros de água gerados por segundo no Cantareira, 31 mil litros são enviados para a Grande São Paulo.
Hidrovia
Alckmin também anunciou ontem a assinatura do contrato para execução do projeto executivo e licenciamento ambiental do prolongamento da hidrovia Tietê-Paraná até o distrito de Artemis, em Piracicaba.
Segundo o governador, a construção da barragem de Santa Maria vai possibilitar aumento de 55 km na hidrovia e a integração com a ferrovia na região de Piracicaba, o que pode fazer triplicar o transporte de cargas por essas vias em sete anos – dos atuais 7 milhões de toneladas para 21 milhões de toneladas por ano -, aliviando rodovias.