São Paulo
– O governador Geraldo Alckmin, que anuncia hoje mais uma parte da sua nova equipe de governo, estuda a criação de uma agência para estimular as exportações no Estado de São Paulo. O ex-secretário da Câmara de Comércio Exterior Roberto Giannetti da Fonseca foi sondado para o cargo, mas preferiu continuar na iniciativa privada.Uma das lideranças empresariais do setor exportador, Giannetti, no entanto, está ajudando o governo a dar um formato para a agência, que inicialmente funcionará como uma assessoria especial de comércio exterior. A agência será inspirada no modelo da Camex, que faz a articulação entre as políticas de exportação de diferentes ministérios e é vinculada ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior.
Além de coordenar as ações entre as secretarias do governo para incentivar as exportações, a agência deverá fazer promoção comercial, organizando missões internacionais e recebendo empresários e representantes de outros países. O governo pretende ainda estimular a associação de empresas de um determinado setor para exportar conjuntamente através da criação de empresas de trading setoriais.
O estímulo à exportação é uma das principais prioridades do segundo governo de Alckmin, que vê nas vendas ao exterior uma oportunidade para a criação de novos postos de trabalho, contornando o baixo crescimento da economia doméstica. Alckmin, que dedicou parte do dia de Natal aos últimos acertos para definir os nomes da sua nova equipe de governo, não deve anunciar todos os nomes amanhã à tarde.
Indefinição
A expectativa dos integrantes do PSDB paulista é de que Alckmin anuncie, até o fim do ano, nomes que façam ou já fizeram parte do governo do presidente Fernando Henrique Cardoso. O próprio governador já admitiu essa possibilidade e um dos nomes mais cotados é o do ministro da Saúde, Barjas Negri, e o ex-secretário de Comunicação do Governo e ex-embaixador em Roma, Andrea Matarazzo, também está cotado.
Negri disse que conversou há quase 30 dias com Alckmin, mas sobre questões referentes ao Ministério da Saúde. Ele disse estar satisfeito com as referências feitas ao seu nome mas que “não houve nenhuma conversa nesse sentido com o governador de São Paulo”.
Apesar disso, dirigentes do PSDB paulista avaliam que, embora o nome de Negri tenha surgido naturalmente para a Secretaria da Saúde, existe a possibilidade de ser indicado para outra área. Ele já trabalhou com o senador José Serra na secretaria de Planejamento do Estado, na gestão do governador Franco Montoro, e há quem aposte em seu nome para o setor de desenvolvimento urbano.
Na Justiça, tudo igual
São Paulo
(AE) – O secretário da Justiça e da Cidadania, Alexandre Moraes, vai permanecer na equipe de Alckmin. A informação foi dada ontem pelo vice-governador eleito e presidente estadual do PFL, Cláudio Lembo (PFL). “O Alexandre fica no secretariado, creio que na Justiça”, disse Lembo, que indicou Moraes para o cargo, no início do ano. Na época, Moraes integrava o Ministério Público Estadual e pediu demissão da carreira de promotor de Justiça. Como promotor, Moraes notabilizou-se pelas investigações sobre a compra supostamente superfaturada de frangos na administração Paulo Maluf (1993-1996) – na semana passada, a Justiça inocentou Maluf.O vice observou que “existe uma lista com dezenas de nomes” na mesa do governador. “O Alckmin não está montando um secretariado partidário. Sua preocupação não é encontrar nomes ligados a partidos, se tiver de ser do PSDB será, se tiver de ser do PFL será também, o que importa é o perfil técnico da pessoa escolhida.”