São Paulo (AE) – O governador do Estado de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), defendeu ontem a realização urgente de uma reforma política no País para evitar que as emendas de parlamentares sejam utilizadas como objeto de troca. “Dou a emenda para você votar tal coisa, isso não me parece razoável”, ressaltou ele, ao comentar a promessa do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) de liberar R$ 600 milhões em emendas parlamentares, até o final do ano, para destravar a pauta de votação da Câmara.

“É legítimo que parlamentares queiram prestigiar suas bases e seus estados, desde que isso esteja dentro de um programa de governo. Mas o que eu não acho razoável é essa questão de troca”, ponderou o governador. Ele alertou que enquanto não for aprovada a reforma política, com fidelidade partidária e voto distrital misto, esse tipo de procedimento continuará ocorrendo não apenas a nível federal, mas também a níveis estadual e municipal.

Alckmin citou, em defesa da reforma política, as dificuldades enfrentadas pela falta de fidelidade partidária. “É muito difícil ganhar uma eleição, eleger 20% dos parlamentares de seu partido e não ter a fidelidade partidária.” Para ele, em vez de ficar vendo os “defeitos desse processo”, é fundamental atacar a causa das dificuldades da relação do Executivo com o Legislativo. “A causa dessas permutas em época de votação é a falta da reforma política”, reiterou.

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