Rio
– A presença do vírus da aids mais perigoso está aumentando na Região Sul do País, revela estudo da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) realizado no ano passado. A pesquisa, que levantou informações de infectados em oito Estados brasileiros, mostra que o subtipo C do HIV – a forma do vírus da aids considerada a mais perigosa por conseguir se adaptar mais facilmente do que as outras – já é maioria no Rio Grande do Sul (67%) e atinge grande parte dos contaminados no Paraná (32%).O levantamento analisou amostras de sangue de 366 pessoas recém-infectadas com o vírus da aids que moram no Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná, Rio Grande do Sul, Bahia, Pará, Ceará e Mato Grosso do Sul. Nos Estados das regiões Norte, Nordeste, Centro-Oeste e Sudeste, a grande maioria (mais de 70%) das amostras de vírus analisadas ainda é do tipo B, a forma predominante na Europa e nos Estados Unidos e a primeira a se disseminar no mundo no início dos anos 80. Mas no Sul o subtipo C, que é majoritário nos países africanos e na Índia, está em crescimento. “Estamos em uma fase em que as linhagens do vírus começam a competir pela sobrevivência e observamos no estudo que o C está se expandindo com mais velocidade, provando que ele é de fato o mais adaptável de todos”, explica Ricardo Diaz, chefe do laboratório de retrovirologia da Unifesp e coordenador da pesquisa. Segundo Diaz, é muito provável que o subtipo C se espalhe mais rápido do que os outros porque consegue infectar suas vítimas com mais facilidade.
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