Agripino condiciona acordo à decisão sobre voto aberto

Sem a presença do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), o líder do governo, senador Romero Jucá (PMDB-RR), se reunirá nesta terça-feira (25) com representantes da oposição para tentar uma trégua. "Qualquer acordo passa pela votação da proposta que acaba com o voto secreto para cassação de mandatos", afirmou o líder do DEM, senador José Agripino (RN), ao se referir à proposta de emenda constitucional (PEC) que torna também aberta a votação de nomes indicados pelo Executivo para embaixadas e tribunais superiores, que é secreta.

A oposição condiciona um eventual entendimento ao compromisso da base aliada de votar também outros dois projetos. O primeiro estabelece a sessão aberta para o julgamento de perda de mandato que já está pronto para votar, a exemplo da PEC. O outro prevê o afastamento automático em cargos na Mesa Diretora, corregedoria e presidência de comissões do senador que estiver com processo no Conselho de Ética. As duas propostas são polêmicas. Os aliados de Renan temem represálias e não aceitam que seus processos envolvendo o peemedebista sejam votados em sessão aberta.

O senador Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE), relator na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do projeto que obriga o acusado a se afastar de cargos no Senado até a conclusão do processo, disse que a nova regra não seria aplicada a Renan. Só passaria a vigorar para os casos que surgirem após a aprovação. "É um projeto correto e moralizador. Não é um gesto pequeno para atingir a ou b", afirmou o senador, que apresenta seu parecer na quarta-feira. "Precisamos votar o que interessa para que o Senado saia do fundo do poço", completou.

A estratégia da oposição de obstruir o plenário visa desgastar e isolar politicamente Renan. Ao mesmo tempo mantém o clima de tensão para levar o Planalto a pressionar Renan a se licenciar da presidência. Os aliados do governo querem retomar o diálogo com a oposição antes da chegada ao Senado da emenda que prorroga a Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF). O encontro de amanhã entre Jucá e os líderes do PSDB e DEM será o primeiro formal desde que a oposição decidiu não participar mais de reuniões convocadas por Renan.

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