Belém – Homologada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva no mês passado, a reserva indígena Apyterewa, em São Félix do Xingu, no sul do Pará, é foco de conflito entre os índios parakanã e duas mil famílias que se recusam a sair do local. A Polícia Federal identificou homens armados, ameaças mútuas de morte, grilagem de terra e derrubada da floresta. Os agricultores acusam o Incra de criar assentamento e atraí-los para a reserva, mas o órgão se defende dizendo que antes da demarcação a área onde vivem as famílias estaria fora da terra indígena. O prefeito Denimar Rodrigues também entra na briga e dispara contra a Fundação Nacional do Índio (Funai), afirmando que os índios andam agitados e violentos, destruindo roças e queimando casas dos colonos, porque estariam sendo ?incitados? pelo administrador do órgão em Altamira, Benigno Marques.
?Ninguém está disposto a sair. Vamos morrer ou matar para defender os nossos direitos?, promete o colono Adelson da Cruz. Ele reconhece que a área desperta a cobiça de empresas madeireiras interessadas no lucro gerado pela destruição da floresta, e de grileiros de terra envolvidos com a especulação imobiliária.