Um protesto de agricultores em Altamira (a 900 km de Belém), na manhã de hoje, bloqueou a rodovia Transamazônica perto do acesso aos canteiros de obras da hidrelétrica de Belo Monte, no rio Xingu (PA). Eles querem uma revisão das indenizações na desapropriação de propriedades rurais que ficam na região do empreendimento.
Há cerca de 300 pessoas no bloqueio, estima a Fetagri (Federação dos Trabalhadores na Agricultura), organizadora do protesto. A reportagem não conseguiu falar com a Polícia Rodoviária Federal. A manifestação coincide com o primeiro dia da conferência Xingu +23, evento paralelo ao Rio +20 que tem como objetivo protestar contra as obras da hidrelétrica.
Os agricultores que fazem parte do protesto foram convidados a participar do evento, mas afirmam que a manifestação não tem a ver com o Xingu +23, organizado pelo Movimento Xingu Vivo. O bloqueio da Transamazônica também impede que os participantes do Xingu +23 cheguem até a comunidade de Santo Antônio, na zona rural de Vitória do Xingu (a 945 km de Belém), onde ocorrerá o evento.
O CCBM (Consórcio Construtor de Belo Monte) afirma que a manifestação afetou a ida dos trabalhadores até os canteiros de obras, mas ainda não possui uma estimativa de quantos operários se ausentaram. O andamento das obras tem sido conturbado. De 23 de abril a 3 de maio, uma greve de trabalhadores paralisou os canteiros. No final de março, eles também fizeram uma paralisação.
Representantes da Norte Energia, empresa responsável por Belo Monte, foram ao local negociar com os agricultores. Em nota, a empresa diz que “está na fase de finalização do cadastro socioambiental das famílias a serem indenizadas” e que está “empenhada em resolver qualquer foco de discordância”.