Agência de viagens registram queda de 25% na procura por pacotes turísticos

Brasília – Desde o início da crise aérea há 10 meses, houve uma queda de 25% na procura por pacotes turísticos no país. Mesmo com as novas medidas apresentadas pelo governo desde a semana passada para tentar controlar a situação nos aeroportos, principalmente no Aeroporto de Congonhas, em São Paulo, a perspectiva é que não haja melhora no cenário até o fim do ano, de acordo com a Associação Brasileira de Agências de Viagens (Abav).

?A crise vai fazer um estrago no turismo durante algum tempo. Para ser sincero, as coisas só devem melhorar a partir do ano que vem?, disse o diretor da Abav, Leonel Rossi Júnior. ?Essas medidas foram emergenciais. São positivas, mas são tardias e ainda ineficientes?, acrescentou.

Os efeitos da crise, principalmente depois do acidente com o avião da TAM, podem ser sentidos pelas agências de viagem. Edilson Gomes, emissor de passagem de uma agência de turismo de Brasília, reclama do grande número de reemissão de bilhetes e até de cancelamentos. ?Percebemos que as pessoas estão muito assustadas com as companhias aéreas e não querem pousar em Congonhas de jeito nenhum?, disse.

Segundo ele, de todos os bilhetes para o exterior que a agência emite, cerca de 30% tiveram de ser reemitidos à pedido dos passageiros por conta da crise. ?Nem no 11 de setembro as pessoas ficaram tão assustadas, com tanto medo e houve tanto cancelamento como agora?, comparou em referência aos atentatos terroristas em Nova Iorque, em 2001.

A queda na venda de pacotes turísticos aéreos teve reflexo também na busca por viagens terrestres, principalmente ao redor das grandes metrópoles. As pessoas começaram a usar seus próprios veículos para fazer turismo num raio de 400 quilômetros ao redor dessas cidades. De acordo com a Abav, isso fez com que houvesse aumento de 20% na procura por hotéis ao redor das metrópoles. ?As pessoas deixaram de fazer viagem de avião em pacotes turísticos e optaram, principalmente, pelos seus veículos?, afirmou Leonel Rossi.

Outro aspecto da crise nos aeroportos, de acordo com o diretor da Abav, é a insegurança dos passageiros com relação às medidas adotadas pelas autoridades. A funcionária da embaixada da Noruega, Mona Jaegger, por exemplo, estava com a passagem marcada para a Europa apenas em dezembro, mas já pediu a alteração da conexão de seu vôo, que seria em Congonhas. Agora, ela vai em vôo direto. ?Fiquei com medo que essa situação nos aeroportos continuasse. Estão há tanto tempo tentando resolver e até agora não resolveram nada, então não se sabe o que vai acontecer daqui pra dezembro?, disse.

A Empresa Brasileira de Turismo (Embratur) informou que ainda não tem uma avaliação sobre os impactos da crise aérea no turismo, mas que está monitorando a situação.

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