Aeronáutica vai descentralizar tráfego aéreo do País

Pouco depois de completar um ano do acidente com um Boeing da Gol, a Aeronáutica decidiu redesenhar parte da área que está sob responsabilidade do centro de controle de vôo de Brasília, o Cindacta-1. A medida tem o objetivo de melhorar a segurança do sistema e aliviar a carga de trabalho dos controladores – quatro dos cinco profissionais indiciados no Inquérito Policial Militar que apura as causas do acidente trabalhavam no Cindacta-1 no dia da tragédia, em 29 de setembro do ano passado.

A partir deste mês, um pedaço da chamada FIR Brasília será transferido para o Cindacta-2, em Curitiba. Os militares estudam remanejar até o fim do ano um trecho da porção norte para o Cindacta-3, com sede no Recife. Pela configuração atual, quase 80% do tráfego aéreo nacional acaba sendo monitorado pelo Cindacta-1 em alguma fase do vôo. Quando for concluída, a mudança permitirá uma ligação direta entre as regiões Sul e Nordeste.

Outra medida que deve ajudar a amenizar a sobrecarga sobre o centro de Brasília é a reformulação da malha aérea, que começou a vigorar este mês. "Se você quiser sair hoje do Recife para Manaus, tem de ir a São Paulo", explica um oficial da Aeronáutica. "O fim desse tipo de distorção também beneficia o controle de tráfego aéreo."

Essa não é a primeira vez que a Aeronáutica faz modificações técnicas para beneficiar os controladores. Em junho, quando o comandante da FAB, Juniti Saito, enquadrou a "liderança negativa" do Cindacta-1, afastando operadores, os militares adotaram corredores preferenciais de tráfego aéreo, os tubulões, entre São Paulo, Belo Horizonte e alguns destinos do Nordeste. O resultado foi tão satisfatório que, embora tivessem caráter emergencial, os tubulões continuam em funcionamento.

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