Apesar da resistência do ministro da Defesa, Nelson Jobim, as empresas aéreas ainda tentam convencer o governo a rever as restrições operacionais impostas ao Aeroporto de Congonhas. Desde a tragédia do vôo 3054 da TAM, as autoridades aeronáuticas reduziram de 48 para 33 o número de movimentos (pousos e decolagens). Mas, na visão das companhias, há margem para ao menos 40 operações por hora, após o término do grooving (ranhuras transversais que evitam a formação de poças d’água) na pista principal de Congonhas.

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O Sindicato Nacional das Empresas Aeroviárias (Snea) também fez outras reivindicações. Sugeriu, por exemplo, que o Conselho Nacional de Aviação Civil (Conac) mude o critério de restrição dos vôos que partem de Congonhas. Hoje, as companhias estão impedidas de operarem trajetos com duração superior a duas horas. "O mais justo seria estabelecer um raio de atuação de 1.200, 1.300 quilômetros", pondera um executivo do setor. "Nesse período, um Airbus consegue chegar até Campo Grande. Mas uma aeronave menor não chega sequer aos extremos do interior de São Paulo", justifica.

As empresas querem ainda que o governo revogue a proibição de escalas e conexões em Congonhas. Isso porque, segundo fontes do setor, alguns vôos tornam-se inviáveis sem a possibilidade de paradas ao longo do trajeto. "Não compensa operar muitos vôos entre Florianópolis e São Paulo", diz o executivo. O ideal, diz ele, é poder sair de Porto Alegre, fazer uma escala na capital catarinense, e então seguir para São Paulo. "Se isso não for permitido, o aumento de tarifa é inevitável em virtude da baixa ocupação dos aviões.

Nesta semana, o Snea apresentou suas sugestões a representantes do Ministério da Defesa, do comando da Aeronáutica e da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). Os dirigentes das companhias aguardam uma resposta até segunda-feira.

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