Aécio quer que discussão pré-eleitoral passe por Minas

Peça-chave de uma dobradinha inusitada em Minas, que deve unir PSDB e PT em torno da disputa pela Prefeitura de Belo Horizonte, o governador Aécio Neves avisa que não quer deixar o PSDB e não acha prudente elevar a temperatura entre os tucanos, antecipando a briga pela candidatura ao Palácio do Planalto em 2010. Aécio patrocina uma romaria de conversas em seu Estado e mantém encontros País afora por uma razão: quer mostrar à cúpula tucana que o jogo pré-eleitoral terá de passar por Minas.

O objetivo é obrigar o colega tucano e governador de São Paulo, José Serra, a negociar com ele a candidatura presidencial. O governador mineiro diz que trabalha para "criar um espaço novo na política brasileira". Aécio argumenta que "2010 não é agora, mas é sempre hora de mostrar que é possível haver diálogo entre as forças políticas, mesmo as que disputam o poder há 20 anos". E aponta Belo Horizonte como o exemplo. Lá, ele e o PT do prefeito Fernando Pimentel fecharam um acordo para lançar Márcio Lacerda (PSB) à corrida municipal.

Pimentel disse na sexta-feira que o PT mineiro não criará entraves à aliança. Ressaltou seu respeito por Aécio – "Se o Brasil o elegesse, estaria elegendo um excelente presidente" – e frisou a simpatia de Lula pelo governador. Mas frisou que o presidente jamais poderia apoiá-lo, enquanto estivesse no PSDB. Enquanto isso, o PMDB já fez e refez propostas a Aécio para que se filiasse à legenda, rumo a vôos maiores em 2010.

O convite para que Aécio trocasse de legenda, com a bênção de Lula, foi público. Aconteceu em um jantar, duas semanas atrás, e irritou o PT nacional. Até o PMDB sabe, no entanto, que hoje Aécio não cogita deixar o ninho tucano. E, no PT, ninguém aceita Lula apoiando o governador, que jamais deixaria de ser visto como um tucano.

Grupos de WhatsApp da Tribuna
Receba Notícias no seu WhatsApp!
Receba as notícias do seu bairro e do seu time pelo WhatsApp.
Participe dos Grupos da Tribuna
Voltar ao topo