Brasília (AE) – O deputado Arnaldo Faria de Sá (PTB-SP), que integra a CPI do Tráfico de Armas, informou ontem que os advogados do Primeiro Comando da Capital Sérgio Wesley da Cunha e Maria Cecília de Souza Rachado devem depor na comissão na próxima terça-feira. Os dois advogados foram acusados de comprar por R$ 200 a cópia dos depoimentos do diretor do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic) de São Paulo, Godofredo Bittencourt Filho, e do delegado Rui Ferraz, em sessão secreta da comissão, prestados na dia 10.
Os dois advogados também vão responder a um procedimento disciplinar perante o Tribunal de Ética e Disciplina da OAB de São Paulo. ?Já conversei com o deputado Arnaldo Faria de Sá (PDT-SP) e nós vamos instaurar o procedimento disciplinar ainda hoje (ontem) perante o Tribunal de Ética e Disciplina?, garantiu o presidente da OAB/SP, Luiz Fernando Borges D?Urso. De acordo com D?Urso, a punição aos dois advogados vai depender da decisão do Tribunal de Ética e pode variar de um simples voto de censura à exclusão dos quadros da OAB, o que os impediria de continuar exercendo a profissão.
O advogado Sérgio Wesley Cunha negou, em entrevista coletiva, ontem, qualquer participação no vazamento do depoimento secreto. ?Não sou advogado do PCC, nem do PT, nem do PSDB, e nem de qualquer facção criminosa, fui apenas a Brasília acompanhar o depoimento do meu cliente Leandro Lima de Carvalho?, explicou o advogado. Carvalho depôs na CPI porque foi preso no início de maio com armamentos de guerra e acusado por policiais do Deic de tentar usar esse arsenal para tentar resgatar Marcola da prisão. Na entrevista, o advogado disse que solicitou ao secretário da CPI, cujo nome ele não recorda, uma cópia do áudio do depoimento de seu cliente, para que isso fosse juntado aos autos da defesa de Leandro Lima de Carvalho.