São Paulo – A seção paulista da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e outras entidades de classe dos magistrados, solicitaram ontem ao ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, que sejam tomadas medidas sobre a atuação da Polícia Federal (PF) em diligências de busca e apreensões de documentos em escritórios de advocacia. A queixa refere-se a apreensões vinculadas à procura de provas contra pessoas envolvidas com organizações criminosas como no caso da Operação Tango e Anaconda. Segundo o presidente da OAB-SP, Luiz Flávio Borges D?Urso, muitos profissionais que têm entre seus clientes pessoas acusadas de envolvimento com organizações criminosas acabam vítimas de ?invasões? nos escritórios. ?O que queremos é limitar a ação da PF para que a diligência se restrinja a uma determinação legal.? Ele classificou como ?uma verdadeira excrescência? os mandados de busca e apreensão genéricos. ?É contra a própria lei buscar algo, elemento de prova e acabar levando tudo do escritório, inviabilizando, inclusive, o funcionamento desse escritório?, queixou-se D?Urso. Ele informou que, na semana que vem, encaminhará junto com a Associação dos Advogados de São Paulo (Aasp) e o Instituto dos Advogados de São Paulo (Iasp), um conjunto de sugestões visando disciplinar as ações policiais. D?Urso antecipou que uma das propostas é obrigar o recurso de carta precatória no caso de uma expedição de mandado fora da jurisdição paulista e defende também que seja determinado o foco da prova de interesse. Ainda de acordo com D?Urso, pelo menos 12 escritórios de São Paulo foram visitados inesperadamente por agentes federais. O presidente da OAB-SP destacou a violação de duas prerrogativas nas ações de busca e apreensão, uma contra o sigilo entre advogado e cliente e a inviolabidade dos escritórios. Também ressalta que ?esta situação torna-se mais grave quando as suspeitas não recaem sobre o advogado, mas visam obter informações sobre seus clientes?, disse D?Urso.

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