O advogado Mário Del Cistia Filho entrou nesta terça-feira, 7, com pedido de habeas-corpus na Justiça para que o comerciante Fábio Hiroshi Hattori, de 27 anos, que no domingo atropelou e matou seis jovens e deixou outros seis feridos, em Sorocaba (SP), responda ao processo em liberdade. Ele alega que o acusado não tem antecedentes criminais e não representa risco para a sociedade. “Ele não é bandido ou traficante. O que aconteceu foi uma fatalidade”, disse. De acordo com a Polícia Militar Rodoviária, o motorista dirigia embriagado.

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O pedido foi encaminhado ao Ministério Público e não havia decisão até o final da tarde desta segunda. O acidente aconteceu no km 107 da rodovia Raposo Tavares e, segundo testemunhas, o motorista tentou desviar de duas pessoas que atravessavam a pista e perdeu o controle do carro, atingindo o grupo que estava no acostamento. Os jovens tinham saído de uma festa rave e esperavam o ônibus para casa. Os seis jovens mortos no acidente – quatro rapazes e duas garotas – foram sepultados nesta terça-feira em clima de comoção. Cinco vítimas foram enterradas em Sorocaba e em Piedade, cidade próxima.

As famílias cobraram rigor na apuração do caso e na punição do motorista. O pai de Lucas Alexandre Vieira, de 19 anos, José Carlos Vieira, disse esperar da Justiça. “O rapaz bebeu e pegou o carro, aí causou essa tragédia. Espero que a justiça seja feita.” Três dos feridos continuam internados em estado grave. O quadro dos outros dois é estável, mas eles continuam hospitalizados. Uma jovem que também foi levada ao hospital recebeu alta.

O inquérito sobre o acidente será conduzido pela Delegacia Seccional de Sorocaba. A Polícia Civil vai investigar também a festa Neon Paint Party, que aconteceu numa chácara à beira da rodovia. Imagens mostraram o que parecem ser latas de bebidas alcoólicas no local e havia menores na festa. Em nota, a concessionária da rodovia, CCR Viaoeste, informou que a festa foi programada sem comunicação prévia à Polícia Rodoviária e sem planejamento para a saída dos frequentadores.

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De acordo com a empresa, a comunicação é obrigatória conforme o artigo 95 do Código de Trânsito Brasileiro. Os responsáveis pela festa não foram localizados. Segundo a concessionária, o fato de o motorista que atropelou estar embriagado e de os jovens estarem no acostamento da rodovia, local inadequado para a permanência, contribuiu para a dimensão da tragédia. Segundo a empresa, o ponto de ônibus é protegido por defensa metálica que impediu a progressão do veículo contra o resto do grupo. Os jovens atingidos estavam fora da área protegida e foram prensados contra a defensa.