O advogado Michel Assef Filho abandonou a defesa do goleiro do Flamengo Bruno Fernandes Souza após a suspensão do contrato do atleta com o clube carioca. “Eu o representava porque ele era jogador do clube. Após a suspensão do contrato, surgiu o conflito de interesse”, disse. De acordo com ele, Bruno reagiu bem e entendeu a desistência do caso por parte de um dos maiores escritórios de advocacia do Rio de Janeiro. “Bruno está sendo bem tratado e está bem”, limitou-se a dizer o advogado sobre o estado do jogador.

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Assef Filho anunciou ainda que o novo advogado de Bruno é Ércio Quaresma, que já defende a mulher de Bruno, Dayanne Rodrigues, e o amigo dele Luiz Henrique Ferreira Romão, conhecido como Macarrão, que foi preso junto com o jogador no fim da noite de ontem.

Apesar de a polícia ter informado que Bruno e Macarrão se negaram a dar declarações, Assef Filho reafirmou que o jogador prestou depoimento e disse desconhecer o sequestro da ex-amante Eliza Samudio, de 25 anos, que dizia ter tido um filho com o goleiro. Os dois acusados realizam hoje exame de corpo de delito no Instituto Médico Legal (IML). A transferência deles para Minas Gerais ainda é incerta.

Bruno e Macarrão se entregaram ontem após terem a prisão decretada pela Justiça. Junto com um adolescente de 17 anos, primo de Bruno, eles foram indiciados pelo sequestro de Eliza. Na terça-feira, o adolescente afirmou que a vítima foi sequestrada no Rio e morta em Contagem (MG).

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Novo advogado

O advogado Ércio Quaresma, que assumiu na manhã de hoje a defesa de Bruno, já atuou em casos polêmicos e de repercussão nacional. Ele defendeu o fazendeiro Vitalmiro Bastos de Moura, o Bida, mandante do homicídio da missionária norte-americana Dorothy Stang. O fazendeiro foi condenado a 30 anos de prisão.

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Em outro caso, Quaresma defendeu o borracheiro Fábio William Soares, que matou em janeiro, com oito tiros, a ex-mulher, a cabeleireira Maria Islaine de Moura. As imagens do assassinato foram gravadas pelo circuito de segurança do salão e exibidas por diversas emissoras no país.

O advogado também defendeu o empresário Luciano Farah Nascimento, que acabou condenado pela morte do promotor público Francisco José do Rêgo. Em 2003, o temperamento do advogado lhe rendeu a condenação de R$ 20 mil em indenização ao juiz Sérgio André da Fonseca Xavier, por ofensa à honra, em entrevista na qual chamou o magistrado de “mentiroso e covarde”.