Advogado ainda não leu os motivos da prisão de Dantas

O advogado do sócio-fundador do banco Opportunity Daniel Dantas, Nélio Machado, afirmou que ainda não teve acesso aos autos que motivaram a prisão de seu cliente. Ele disse que foi informado pela Justiça de que o acesso aos documentos só será permitido após o fim das diligências policiais. Machado reiterou que, se for necessário, utilizará todas as informações para defender Daniel Dantas, entre elas documentos que constariam das negociações envolvendo seu cliente e a Telecom Italia em pendências judiciais e que foram objeto de um acordo entre as duas partes.

O advogado esteve hoje durante alguns minutos com seu cliente, na sede da Polícia Federal em São Paulo. Dantas foi preso ontem, na Operação Satiagraha, que apura desvio de recursos públicos, crime contra o sistema financeiro nacional e evasão de divisas. Ao sair, Machado fez críticas às instalações da PF, que, segundo ele, não garantiram a privacidade no contato com seu cliente. Também estão presos o investidor Naji Nahas e o ex-prefeito de São Paulo Celso Pitta.

Machado afirmou que o pedido de habeas-corpus preventivo para seu cliente, feito ao Supremo Tribunal Federal (STF), pode ser julgado ainda hoje e acredita que a decisão do STF será favorável ao sócio-fundador do Opportunity. "A decisão pode sair a qualquer momento. Ele (Daniel Dantas) tem direito de se defender em liberdade. Se a lei for aplicada, e eu não tenho dúvida de que esse é o caminho natural, não só para Dantas como para qualquer pessoa acusada de um eventual delito." O advogado afirmou que o habeas-corpus baseia-se em alguns elementos como a falta da fundamentação da prisão de Daniel Dantas e a investigação sigilosa dele por parte da PF, que ocorre desde 2007. Machado voltou a chamar de "arbitrária e desmedida" a prisão de Dantas.

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