Brasília – No primeiro dia na carceragem da Superintendência da Polícia Federal de Brasília, o traficante Luiz Fernando da Costa, o Fernandinho Beira-Mar, conversou apenas com sua advogada, Cecília Machado Gomes. O encontro ocorreu no início da noite de sexta-feira e foi bastante rápido. O encontro da advogada com Beira-Mar ocorreu na segunda tentativa. Logo que ele chegou a Brasília, a advogada tentou encontrá-lo, mas sem sucesso.
O traficante chegou a Brasília sexta-feira à tarde. Instalado numa cela individual de 30 metros quadrados, o traficante terá direito a visita semanal de dois parentes. A idéia inicial é de que Beira-Mar, condenado a 33 anos de prisão, fique entre 30 e 90 dias na carceragem da PF.
Ao contrário do que ocorre com a maioria dos criminosos, os problemas com Beira-Mar não terminaram com sua prisão. Criminoso mais conhecido do País, acumulou um histórico de confusões mesmo depois de preso. Na primeira vez em que ficou em Brasília, entre 2001 e 2002, Beira-Mar teria liderado um motim, desencadeado por disputa com outro traficante, Marcelo Borelli. Em 2002, foi transferido para Bangu 1, no Rio. Lá, liderou outra rebelião. Seis dos seus rivais foram executados na época.
Depois de pressão da governadora do Rio, Rosinha Garotinho, que disse que Beira-Mar era um problema ?nacional?, o traficante foi levado para o presídio de segurança máxima de Presidente Bernardes, em 2003. A saída de Beira-Mar do presídio paulista foi determinada pela Justiça, que entendeu que o traficante não poderia mais cumprir a pena no regime disciplinar diferenciado. A praxe é de que tal regime dure no máximo 360 dias.