A presença do presidente do Partido Trabalhista Cristão (PTC), Ciro Moura, no velório do deputado federal, estilista e apresentador Clodovil Hernandes (PR-SP) causou alvoroço no hall da Assembleia Legislativa de São Paulo. Na semana passada, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) rejeitou a acusação do PTC de infidelidade partidária contra Clodovil, que deixou a legenda em setembro de 2007 para se filiar ao Partido da República (PR). Revoltada, a advogada e testamenteira de Clodovil, Maria Hebe Pereira de Queiroz, gritou com Ciro Moura: “Eu cheguei aqui às 9 horas e avisei que, se o Ciro Moura apontasse aqui, eu ia esquecer que era advogada e que eu tinha educação e berço”.
Ela acusou o presidente do PTC de “fingimento e falsidade”. “O que ele veio fazer aqui? Ele veio prestar homenagem a uma pessoa que ele só prejudicou”, disse a advogada. “Ele veio fazer aqui politicagem. Veio aqui para sair na mídia.” A advogada também enfatizou que não desrespeitou o líder do PTC. “Eu não desrespeitei. Quem desrespeitou o falecido foi ele, porque tenho certeza de que se o Clodovil pudesse se levantar de lá, faria pior”, afirmou.
Ciro Moura disse que apenas “ignorou” os ataques da advogada. “Ela fez barulho, escândalo. Tem de respeitar primeiro o falecido. O que ela pensa de mim, ela tem de dizer fora daqui, se é que ela pensa”, ironizou o parlamentar. Ele aproveitou para destacar sua boa relação com Clodovil. “As imagens (do julgamento) do TSE estão lá. Quando nós nos encontramos lá, foi abraço e beijo, palavras gentis”, afirmou ele, acrescentando que Clodovil o havia o convidado nesta semana para jantar. Segundo o presidente do PTC, a iniciativa de processar Clodovil partiu da legenda. “Essa é uma decisão partidária e quem está aqui é Ciro Moura, pessoa física, amigo dele.”