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Adolescente suspeito de estuprar menina de 12 anos se entrega no Rio

Um dos adolescentes suspeitos de participar do estupro coletivo de uma menina de 12 anos na Baixada Fluminense se entregou na manhã desta terça-feira, 9. Ele foi levado pela mãe ao Fórum de Madureira, na zona norte da capital, e, de lá, para uma delegacia. A delegada Juliana Emerique, titular da Delegacia da Criança e Adolescente Vítima (DCAV), informou que vai buscar o adolescente.

A família do rapaz temia que ele fosse vítima de represália do tráfico, caso a polícia fizesse operação na favela em que moram.

A menina foi estuprada há cerca de três semanas por pelo menos cinco pessoas. Quatro foram identificados – três adolescentes e um maior de 18 anos.

De acordo com depoimento da criança, ela foi atraída à casa por uma pessoa amiga. Chegando lá, sofreu o estupro. Ela foi mantida por cerca de uma hora em poder do grupo. Eles filmaram a agressão e tentaram esconder o rosto da menina.

A partir de 30 de abril, as imagens começaram a ser divulgadas por redes sociais. Uma tia da criança reconheceu a sobrinha e denunciou o crime à DCAV.

A menina foi ouvida na segunda-feira, 8. Muito franzina, escondia o rosto com um casaco de moletom. Ela foi levada ao Centro de Atendimento ao Adolescente e à Criança (Caac), no Hospital Municipal Souza Aguiar, onde recebeu tratamento profilático contra doenças sexualmente transmissíveis, passou por exame de corpo de delito, e foi ouvida fora do ambiente policial.

Um agente capacitado para entrevistas com crianças e adolescentes vítimas de violência conversou com a menina. O depoimento foi gravado, para que ela não tenha que repetir a história para policiais, promotor e juiz. Ela dormiu após ser medicada.

“A menina está muito abalada. Ela não esperava que o vídeo tivesse a repercussão que teve. E nem o julgamento da internet e das pessoas da comunidade. Estamos falando de um estupro de vulnerável, de uma menina de 12 anos”, afirmou a delegada, nesta segunda-feira. “É um susto muito grande para a vida de uma adolescente.”

Facebook

Em uma parceria com a Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática, a DCAV pediu ao Facebook o “congelamento” dos dois grupos fechados que compartilharam o vídeo do estupro. A medida permite à polícia preservar as mensagens trocadas na rede social, mesmo que os perfis sejam apagados.

O Facebook também informou à delegada que vai retirar os vídeos publicados. Novos compartilhamentos também estão sendo monitorados.

A família da menina aceitou entrar para o Programa de Proteção a Crianças e Adolescentes Ameaçados de Morte. A delegada evitou detalhar as ameaças que a jovem e sua família estão recebendo.

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