O preço do óleo diesel não deverá aumentar a partir de 1.º de janeiro, quando a adição de 2% de biodiesel ao combustível mineral torna-se obrigatória, assegura o superintendente de abastecimento da Agência Nacional do Petróleo, Gás e Biocombustíveis (ANP), Edson Silva. "Nós vivemos a expectativa de que não haverá impacto da adição para o consumidor final e de que, se o B2 sofrer algum aumento, será aí pela terceira casa decimal – portanto, não deverá ser sentido pelo consumidor final. Até porque a Petrobras adquiriu o biodiesel em nossos leilões com deságio", disse o superintendente, em relação aos leilões realizados pela ANP em novembro.
Na avaliação dele, o Brasil está preparado para se adequar à lei que regulamenta a adição de biodiesel ao óleo diesel, pois o volume adquirido nos sete leilões realizados nos últimos anos – cerca de 734 milhões de litros – é suficiente para abastecer as distribuidoras e os postos de combustíveis brasileiros durante todo o primeiro semestre.
Silva lembrou que, no dia 21 de dezembro, a ANP autorizou a Petrobras e a Refinaria Alberto Pasqualini (Refap), do Rio Grande do Sul, a realizarem uma compra extra de cerca de 100 milhões de litros de biodiesel para a formação de estoque. Também de acordo com ele, ainda no primeiro trimestre, a ANP deve realizar mais dois leilões para viabilizar o atendimento do mercado interno no segundo semestre
O superintendente informou que o País já tem capacidade instalada para antecipar a meta de adição de 5% de biodiesel ao óleo diesel, que estava prevista para ocorrer apenas em 2013. Segundo ele, o Brasil já tem hoje 49 usinas com capacidade para a produção de 2,5 bilhões de litros de biodiesel, volume que poderá dobrar em pouco tempo, após a análise dos pedidos já realizados para a autorização da construção de outras 44 novas usinas junto à ANP.
"Essa capacidade instalada dá conta não apenas do consumo do B2, a partir de 1º de janeiro, mas também da antecipação das metas para o B5", disse ele, ressaltando, entretanto, que a antecipação do prazo é uma decisão que cabe ao governo. Apesar do otimismo, Silva explicou que a forma com que a antecipação deve ocorrer será gradativa.
"Nós da ANP temos examinado a possibilidade de que a antecipação se dê de forma progressiva, que haja uma transição gradual, não o pulo direto para o B5. Primeiro passaríamos para o B3, o que poderia ocorrer já em 2009, depois o B4, até chegar ao B13", adiantou. As informações são da Agência Brasil.
