A Justiça Federal de São Paulo decidiu adiar para o próximo dia 3 de maio, às 11 horas, o júri de três funcionários da Fazenda Brasília do Sul, no município de Juti, na região de Dourados, em Mato Grosso do Sul, acusados de matar a pauladas o cacique Marcos Veron, de 72 anos, conhecido líder dos índios guarani-kaiowás e de tentar matar outros seis indígenas, entre os dias 12 e 13 de janeiro de 2003. O julgamento deveria ter ocorrido nesta segunda-feira, 12,
Os réus, Estevão Romero, Carlos Roberto dos Santos e Jorge Cristaldo Insabralde, serão submetidos a júri popular. O quarto acusado, Nivaldo Alves Oliveira, está foragido, e o processo em relação a ele foi desmembrado e suspenso. O júri foi adiado após o advogado Josephino Ujacow, que comanda a defesa dos réus, ter apresentado atestado subscrito pelo médico psiquiatra Antonio Carlos Queiroz, declarando que o advogado estava sob seus “cuidados profissionais, sob psicoterapia armada”, devendo afastar-se de atividades profissionais por 20 dias.
O adiamento frustrou as expectativas não só da comunidade indígena Takuara, mas de toda a comunidade indígena do estado de Mato Grosso do Sul, que aguarda há mais de sete anos a solução do caso. A juíza Paula Mantovani Avelino, da 1ª Vara Federal de São Paulo, que presidirá o júri, apesar da presença de outros advogados de defesa, aceitou o atestado e remarcou o julgamento para 3 de maio, mas informou a todos os presentes que, caso algum dos defensores habilitados não compareça à próxima audiência, a defesa será assumida por membros da Defensoria Pública da União, a quem foi determinado que tome ciência dos autos.